sábado, 31 de março de 2012

EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA PARA O CONTROLE DO DIABETES.

A carinha dele, ainda com sono.

Hoje foi dia de fazer exames de rotina, ele não esta muito feliz, mas sabe que é necessário para um bom controle.
Antes do Diabetes exames laboratoriais eram anuais ou de emergência, ele odiava... mas depois do diabetes, ele aceitou melhor... logo no inicio conversamos, tudo sempre foi muito bem colocado, o que ele podia escolher e o que era obrigação, quanto aos exames eu faço assim, ele tem duas semanas e dentro desse tempo pode escolher o dia, caso não escolha, ele obrigatoriamente o fará no ultimo dia possivel, antes da consulta.
Ele gosta de ver os resultados das glicadas, comemora, se decepciona... ele esta aprendendo a lidar com os resultados, quando esta acima da meta, ele logo diz:
-Ihhh mãe, vamos ter que mudar algumas coisas...
E quando esta muito bem, também não se faz de rogado:
-Posso relaxar e comer um chocolate pra comemorar?
Hoje rimos muito com ele, toda a criança quando sai do laboratorio ganha um certificado de coragem, ele deu uma esnobada na atendente:
-Ja tenho tantos desses que esta virando coleção, hoje eu não quero não.
Eu tento ensinar ao meu filho, levar a vida com bom humor, quando rimos de algo que não nos agrada tanto, o peso fica menor, bem menor... mau humor, reclamações... nada disso vai amenizar, pelo contrario... tudo parecerá muito pior do que realmente é.
Desde do diagnostico, ja perdi as contas de quantos exames fizemos. Logo no inicio, foram muitos, antes de ser diagnosticado e entrar em tratamento, o diabetes faz uma verdadeira bagunça no metabolismo e as vezes ele pode vir junto com outra doença autoimune e para organizar tudo, muitos exames.
Hoje, tudo organizado, fazemos alguns exames periódicos, e são os que todo diabetico insulinodependente deve fazer.

HEMOGLOBINA GLICADA: A cada 3 meses, de preferencia no método HPCL, o recomendado pela SBD e exigido pelo medico do Igor.
Porque a cada 3 meses? Esse exame avalia o tratamento, a glicemia capilar é fundamental, mas é esse exame que vai direcionar o tratamento, quando a glicemia fica alterada por muito tempo, ela deixa "marcas" e é a porcentagem dessas "marcas" que vai determinar se o tratamento esta eficiente ou não, te-la muito baixa pode significar muitas hipoglicemias e isso também não é bom.
Eu percebi que quando não existe uma periodicidade neste exame, damos uma relaxada, achamos que esta tudo bem, por isso o medico pedindo ou não, eu faço a cada 3 meses.
PERFIL LIPIDICO: Logo apos o diagnostico o Igor teve uma alteração no colesterol, na época, como não sabiamos ainda se era dele, ou da bagunça feita pelo diabetes antes do tratamento, fazíamos junto com a glicada, de 3 em 3 meses, depois estabilizou e agora o medico pede de 6 em 6 meses, parece que ele tem uma tendencia a ter colesterol alto. Mas deve ser feito pelo menos 1 vez por ano por todo diabetico, e quando ha alterações, de 6 em 6 meses.
T4 e TSH: Assim como no perfil lipídico, o TSH do Igor estava alterado no diagnostico e se manteve por um tempo, mais de 2 anos pós diagnostico, fazíamos trimestralmente para avaliar o T4, quando este apresentasse alteração deveriamos entrar com medicamentos, estaria instalado um quadro de HIPOTIREOIDISMO, mas para nossa felicidade, ambos estabilizaram e agora também fazemos de 6 em 6 meses, por ele ter tido uma alteração insistente, e a indicação desse exame é de pelo menos 1 vez por ano quando não ha alterações.
Alguns outros exames que rastreiam possiveis sequelas do diabetes, começam a serem feitos a partir de 5 anos de diagnostico (dosagem de uréia, urina tipo 1, pesquisa de microalbuminúria, fundo de olho), como eu quero ter uma base la na frente, ja estou em contato com oftalmologistas, escolhendo quem vai acompanha-lo ao longo da vida, Dentista também (diabeticos tem mais tendencias a terem problemas de gengiva), são dois profissionais que são tão importantes quanto o endocrinologista depois de um certo tempo de diabetes e são eles, que juntos, vão ajudar num bom controle e a manter-nos longe das sequelas com qualidade de vida.

Alguns profissionais diminuem a quantidade de exames, e isso pode variar sim de uma pessoa pra outra, mas o exame de Hemoglobina glicada é tão baratinho, que da pra ser feito, mesmo sem o pedido medico e não requer jejum, em media entre 30 e 40,00.
Então, se você não tem certeza de que seu controle é bom, procure um laboratorio e tire esta duvida.

terça-feira, 27 de março de 2012

DIABETES, TECNOLOGIA E ESCOLA.

Nas ultimas semana aconteceu um serie de reportagens sobre diabetes na escola e novas tecnologias:


Materia na Rede Record com a Minha doce Vitoria

Materia no Jornal da Tarde de SP, com Jujuba Diabetica, Minha doce Vitoria e euzinha, a autora deste blog.

Jornal da Tarde de SP, entrevista com Drº Mauro Scharf, e nossa pequena colaboração.
Sobre o aplicativo, mais informações no blog da Nicole, que esteve presente no congresso da ADJ e conheceu mais de perto.

Tecnologia ajuda pacientes com diabetes a controlar a doença

Bom dia Brasil, Rede Globo, falando das novas tecnologias, entrevistadas: Esther Pinto, fundadora do DIABEST e Drª Solange Travassos.
Ainda aconteceram outras no Jornal Metro de SP, mas que infelizmente não consegui disponibilizar neste espaço.
Como ja disse varias vezes aqui neste blog, eu acredito em novas tecnologias, e pra quem ainda não é usuario de bomba de insulina, este novo aplicativo desenvolvido pelo Drº Mauro Scharf, funciona dentro dos padrões de uma bomba de insulina, com a diferença que a bomba insere a insulina sozinha, e com o aplicativo ele te responde qual a dose exata de insulina você deve aplicar, não acredito que seja muito facil, ja que as canetas tem como menor dose 0,5. Lembrando que a bomba de insulina trabalha com doses de 0,1 para o bolus e 0,05 para a basal. E pra nós, isso fez e faz toda a diferença.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A CURA DO DIABETES 2 ANOS E 8 MESES DEPOIS

Não, o Igor não esta curado, é uma pegadinha, a mesma que os sites especializados tem feito conosco, pessoas que desejam muito a cura do diabetes.
Esta semana vi muitos links, pessoas compartilhando na rede a materia com o titulo "Alcançada cura de diabetes tipo 1 com células-tronco" :



Desde que o Igor teve como diagnostico DIABETES MELLITUS TIPO 1, tenho lido tudo sobre o assunto, principalmente sobre a cura, e depois de 2 anos e 8 meses, as noticias são as mesmas, as vezes aparece uma tecnologia nova para facilitar a nossa vida, mas nem sempre temos acesso, pois não se encontram disponiveis no Brasil, e importar medicamentos e dispositivos medicos, nem sempre vale a pena o investimento por não ter assistencia medica qualificada para lidar com a tecnologia.
De uns tempos para cá, eu parei de perder meu tempo, não acredito que vá mudar muita coisa a curto prazo, são sempre os mesmos textos, mudam os nomes dos pesquisadores, o titulo da noticia, mas no final é o mesmo conteudo, mas esta materia eu não poderia deixar de comentar.
A sensação que tenho é que nós precisamos ser meio que enganados, que querem criar em nós uma falsa esperança de nos livrarmos do tratamento do Diabetes, não querem que tenhamos uma verdadeira visão do que é A CURA DO DIABETES.


CURA
        A palavra cura já existia em latim com o sentido primitivo de ‘cuidado’, ‘atenção’, ‘diligência’, ‘zelo’. Havia também o verbo curo, curare, de largo emprego, com o significado de 'cuidar de', 'olhar por', 'dar atenção a', 'tratar’.[1] 
        Como termo médico, cura foi primeiramente usado na acepção de ‘tratamento’, conforme se lê em Celsus (séc. I DC) em seu livro III.9.1 : In hoc casu medici cura esse debet, ut morbum mutet (Neste caso ocuidado médico [ou do médico] é indicado para mudar o curso da doença).[2] 
        A evolução semântica da palavra cura, tanto em latim, como nas línguas românicas, operou-se em várias direções, sempre em torno da idéia de ‘cuidar de’, ‘exercer ação sobre’, ‘tratar’. 
        Como termo de medicina a mudança de significado decorreu do fato de que a cura, no sentido de tratamento, na maioria das vezes, modifica o curso da doença e restabelece a saúde do enfermo. 
        Deu-se, então, a metonímia, na modalidade em que a mesma palavra passa a expressar tanto a ação (no caso os cuidados médicos) como o resultado da ação (a recuperação da saúde). A metonímia é um fenômeno comum de linguagem. 
        Assim, cura passou a significar também o restabelecimento da saúde, a volta ao estado hígido, e esta nova acepção sobrepôs-se à primitiva no entendimento geral e no próprio vocabulário médico. 
        Em razão dessa evolução semântica, curar pode ser empregado tanto no sentido de tratar, cuidar de, como no sentido de debelar uma enfermidade, de restituir a saúde, de sarar
        Sarar deriva do verbo latino sanare, que se conservou intacto em italiano, e evoluiu para sanar em espanhol e sarar em português. A substituição de por r que se operou na língua portuguesa é explicada pela seguinte sequência na passagem do latim vulgar para o português arcaico: sanare saar > sar > sarar.[3] 
        Sarar é ‘ficar são', ‘recuperar a saúde’. Tanto pode ser empregado como verbo intransitivo (o doente sarou), como transitivo direto (o médico sarou-a daquela doença) ou ainda na forma pronominal (sarou-se do resfriado).[4] 
O DIABETES, é uma doença peculiar, ela não debilita, não é fatal, a menos que não seja tratada, quando aceitamos a doença e todo o seu tratamento como deve ser, esquecemos um pouco da palavra cura e passamos a buscar o melhor tratamento possivel.
O controle das taxas glicemicas é bem individual, afinal, o comportamento do diabetes se difere de um individuo para outro, o que é maravilhoso em termos de controle para o meu filho, pode não funcionar para o seu, mas que existe uma forma de controlar o DIABETES, isso existe e é possivel para todos.
Quando passei a buscar o melhor para o meu filho, percebi que DISCIPLINA E ACEITAÇÃO era o primeiro passo que precisava dar, a partir daí, ficou facil para os medicos nos direcionar para o melhor TRATAMENTO, até que chegamos a BOMBA DE INSULINA, isso é a cura? Não, mas é o que encontramos mais proximo da normalidade, mas para isso precisamos mudar o nosso conceito de "doença" e de "ser normal", meu filho é portador de uma doença cronica, mas que controlada, faz com que ele esteja em "estado de normalidade".
Estar doente, vulgarmente, pode significar ser nocivo ou indesejável, ou socialmente desvalorizado [...] O que é desejável é a vida, uma vida longa, a experimentação de sensações agradáveis, a capacidade de relacionar-se, a possibilidade de trocar vivências e afetos, a capacidade de reprodução, a capacidade de trabalho físico e mental, a força física e energética, a ausência de dor, um estado no qual o corpo sente o mínimo de desconforto e percebe a agradável sensação de “ser no mundo” (CANGUILHEM, 2000)
Fonte: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/65/2683C 

Jamais submeteria meu filho a um processo de cura tão evasivo quanto o que tem sido anunciado, e os riscos não compensam(quimioterapia), e no final da materia, ("Isto significa que a dose diária de insulina necessária para manter os níveis de glicose no sangue pode ser reduzida.") fica bem claro que a necessidade de doses de insulina continua, são apenas reduzidas...
Hoje estamos com o melhor tratamento possivel, a bomba de insulina, nos livramos de todos os preconceitos sobre a palavra DOENÇA, e criamos novos parametros de vida e estamos felizes...

Quanto a esta CURA anunciada? Não, Obrigado!!!

10 ANOS.



No ultimo dia 6 o Igor completou 10 anos, meu bebê esta crescendo e ja não me permite mais chama-lo assim, ele ja é um rapazinho...
É o primeiro aniversario dele com a bomba de insulina, e o que isso muda? Muda tudo. Nos outros aniversarios eu tinha que ficar me preocupando com aplicações, medições, etc... Este foi diferente...
Não comprei nada diet, usamos com louvor a contagem de carboidratos e senti muito orgulho do comportamento do Igor em relação a isso, não exagerou, evitou os doces, mas comeu o que teve vontade.
Eu não sei se com todas as familias de crianças com diabetes é assim, mas o amiguinhos do Igor lidam muito bem e com naturalidade com o fato do Igor ter diabetes, eles tem um cuidado especial, com o que o Igor come, com o momento do dextro, com o glicosimetro, com a bomba, eu acho isso fantastico, talvez se deva ao fato de sermos bem resolvidos, a nossa aceitação, o fato de não evitarmos o assunto diabetes, nem escondermos a condição do Igor.
Tudo correu tão bem, ele estava tão feliz que no final da noite, preferi desativar a bomba para evitar hipos, mas pergunta se eu consegui acordar as 3 da manhã para reativar? Acontece, mas a glicemia ao acordar não foi de toda ruim, talvez realmente tivesse uma hipo significativa na madrugada, acordou com 189mg/dl, que logo corrigimos e correu tudo bem.
Para nós a bomba de insulina é algo que beira a cura, como ja falei outras vezes, em alguns momentos o organismo do Igor se comporta como se não precisasse de aplicações de insulina, e isso gerava muitas hipos, havia dias em que ele tinha que ficar paradinho, para gastar o minimo de energia possivel e assim evitar aqueles sintomas horrorosos das hipos, com a bomba não é mais assim, podemos desativar por um momento e a basal que é constante, fica suspensa, ele pode ficar sem a bomba por até 2 horas, por qualquer motivo, brincadeira um pouco mais agitada, banho de piscina, num momento de hipo ou porque simplesmente quer tirar a bomba por um momento.
Como o Igor disse, esse foi o melhor aniversario dele, talvez seja o que ele se lembra, mas de qualquer forma, eu fiz de tudo para que fosse um dia muito feliz e foi.
Tenho tentado educar o Igor para que ele esteja apto a encarar esse mundo cheio de preconceitos, e temos encontrado pelo nosso caminho pessoas maravilhosas, dizem que quando queremos muito algo, o universo conspira a nosso favor, deve ser isso, pra nós e para as pessoas a nossa volta diabetes tem sido apenas um detalhe, sabemos que é um detalhe que se deixarmos domina e destroi todo o ambiente, mas não permitimos que isso aconteça, com disciplina e aceitação.
Ao meu filho, eu só desejo sucesso, não tem como ser diferente, que o sucesso seja em todos os aspectos da vidinha que esta apenas no começo, mas que ja tem problemas de adulto.