sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PROTEGENDO NOSSO FUTURO: Por um melhor controle da glicemia.

A unica certeza que temos, quando se trata de niveis de glicemias, é que devemos controla-la da melhor maneira possivel, e manter a meta determinada pelo medico.
Cada pessoa com diabetes tem a propria meta, pois o medico leva e consideração muitos fatores, varia de acordo com a idade, tipo de insulina, estado de saude, se tem ou não alguma outra patologia que influencia na glicemia, entre outros. Segundo a SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, o ideal é que a glicose esteja abaixo de 140 e a Hemoglobina Glicada inferior a 7%, é o indicado para que se evite sequelas, e esta é a nossa meta determinada pelos medicos. Essa meta ja foi  mais alta, quando o Igor era menor, usavamos as multiplas aplicações com caneta como forma de insulinização pois é necessario manter a criança numa faixa segura, evitando assim as hipos com sintomas severos.
Eu sou do tipo que acredita que para tudo tem uma explicação, nada acontece do nada.
Na ultima consulta, fomos surpreendidos com uma hemoglobina glicada de 7,2%, caramba, foi um balde de agua fria. Numeros bons, contagem de CHO certinha, atividade fisica em dia, foi ruim receber esse resultado e logo pensei, não adiantou nada estar com a bomba.
Estavamos com problemas no fornecimento de cateter, em alguns momentos passou mais de 3 dias com o mesmo, em outros usamos cateter vencido(o que cheguei a conclusão que "vencido" quer dizer não serve mais mesmo), mas mesmo assim foram alterações por conta disso, um dia ou outro.
Durante a noite também, percebemos valores acima de 200mg/dl, sem explicação.

Sempre confiamos que nossos filhos não vão comer fora de hora, não vão comer sem aplicação de insulina, comerão apenas a quantidade recomendada pela Nutricionista, que eles vão levar em consideração o tipo de alimento que estão comendo, certo? Errado.

São crianças, e crianças fazem o que sentem vontade, não por maldade, com o objetivo de mentir, desobedecer, mas porque são crianças e estão descobrindo o mundo, então é natural que deixem de fazer algo que faz parte da rotina, para eles é como não escovar os dentes, lavar só a barriga na hora do banho, não fazer a lição de casa. Mas a dimensão dessa responsabilidade quem dá a referencia somos nós, os pais.

Se você belisca fora de hora, seu filho vai se sentir no direito de beliscar, se voce esta acima do peso por comer demais seu filho também vai se sentir no direito de comer demais, se voce tem uma vida sedentaria, seu filho também vai se sentir no direito de ter também, ELES SÃO NOSSO REFLEXO, ou você acha realmente que aquela coisa de "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" realmente funciona? E vou dizer mais, se você come doces escondido dele, ele também vai comer escondido de você.

Aqui, sempre tentei colocar dialogo aberto, falamos sobre qualquer coisa, assumimos qualquer erro, a verdade é a unica forma de nos mantermos unidos, defendo a verdade e esta jamais será punida, mas os atos em si, que trazem prejuizo sim, principalmente quando diz respeito a traição a confiança de alguém.

Cansada de anotações, comprei o Care Link, um dispositivo que passa todos os dados da Bomba de insulina para o computador, seria para facilitar a minha vida de anotações, elas cansam, mas a vantagem foi além... Descobri o motivo daquela Hemoglobina Glicada de 7,2%.

Em parte fiquei aliviada, meu filho estava certinho demais, pode parecer estranho, mas era algo que me preocupava, essa aceitação total de regras, ele só tem 10 anos, fiquei aliviada por ele estar sendo CRIANÇA. Mas ao mesmo tempo preocupada, por isso só acontecer na minha ausencia, ja que alimentação aqui é TOTALMENTE NEGOCIAVEL, dentro de um paramentro de responsabilidade com o tratamento.

Vou colocar a seguir algumas imagens dos tantos graficos que justificam a glicada do ultimo trimestre.

Aqui, ele não inseriu os CHOs do lanche na escola.

Aqui ele lanchou duas vezes na escola, dia de natação, tirou a bomba por duas vezes,
não inseriu o bolus do almoço. aquela faixa azul, é um bolus quadrado para corrigir a glicemia a noite.

Usou o bolus no lanche da escola, mas não mediu a glicemia,
e vejam a quantidade de bolus, cada barrinha azul, foi uma vez que comeu, quanto maior, maisCHO.
Pelo menos usou o bolus, mas o reflexo de excesso de alimentação acontece a noite, quando o figado libera seus excessos

Aqui eu vejo a quantidade de insulina usada diariamente e a quantidade de CHO,
 existe uma variação significativa, ou em alguns dias come e não usa o bolus,
como a sugestão da nutricionista é 240g de CHO/dia, ficou algo no ar.

Aqui a quantidade de insulina é dividida entre basal e bolus,  o total diario de basal dele é 7,4U
Na maioria dos dias essa quantidade não foi completa, levando em consideração que ele usa entre 0,25U a 0,40U/H
ficou um tempo consideravel sem a bomba todos os dias.
São pequenos deslizes que atrapalham no controle total do DIABETES, num primeiro momento pode até parecer que não é nada demais, mas esses picos de hiperglicemia influenciam na HEMOGLOBINA GLICADA.
Posso dizer que agora estamos recomeçando, com o objetivo de manter a glicemia dentro da meta.
Quando fui conversar como Igor, rsrsrsrs, ele nem quis conversa, assumiu que as vezes gosta de comer um pouco mais, e que anda arredondando a quantidade de CHO e que se não fizer direito posso deixa-lo 10 minutos pendurado de ponta a cabeça, rsrsrsrsrsrs, eu tive que rir, acho que foi a maneira de dizer:
-Mãe não fiz por mal.
Mas enfim, o que importa é que ele tem consciencia e estou buscando em meu comportamento algo que esteja influenciando o dele, uma delas é claro, eu não me alimento como deveria e belisco o tempo inteiro, preciso rever isso.
Hoje posso dizer que tenho um bom espião, o CARELINK.



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

OPINIÃO SOBRE: Glico Fast.

Hipoglicemia. O medo de todos os diabeticos e principalmente das mães de crianças com diabetes.
Durante esses 3 anos, foi complicado corrigir as hipoglicemia se controlar as hiperglicemias que acontecem após uma correção.
Ainda tinhamos um fator, o Igor não gosta de glicose em gel, ele diz que fica enjoado depois de ingerir, não gosta de mel, pela mesma razão, e não gosta de ingerir açúcar, confesso que eu também não gosto, principalmente ele puro, corrigíamos com alimento, o que de cara trazia um hiperglicemia de rebote. Aí corrigíamos essa hiper e la vinha outra hipo, bem complicado.

Conheci o Glicofast através da Nicole, quando veio ao Rio trouxe um frasco pra nós, sabem, nem dei muita importância  não olhei com atenção, até termos apenas duas pastilhas.
Estávamos no carro, eu dirigindo, e de repente o Igor calou-se e começou a cochilar, pra mim isso é um terror, com uma das mãos dirigia e com a outra o mantinha acordado até pararmos em segurança.
A glicose estava em 59, como estávamos longe de casa, dei as duas ultimas pastilhas, e seguimos, 15 minutos depois pedi para ele medir novamente a glicose, nossa!!! 166mg/dl
Foi quando as pastilhas me chamaram a atenção, RAPIDA ABSORÇÃO. Antes a glicose demora pelo menos meia hora para subir, e neste tempo dependendo da situação, ele ficava sofrendo com os sintomas. Hipoglicemia sempre é horrivel.

Ha alguns dias recebemos de presente 3 frascos de Glicofast, o Igor adorou, ele diz que a melhor coisa que inventaram para corrigir hipoglicemia.

Nas ultimas hipos que teve, bastou uma pastilha, cada uma sobe em media de 30 a 50mg/dl, foi a percepção que tive.

Mas vocês podem pensar assim, mas sobe pouquinho... Sobe o suficiente e rapido.
Como agimos em hipoglicemia usando o glicofast.
Dificilmente o Igor tem glicemias menores que 40, ele ja começa a sentir os sintomas entorno de 70mg/dl.
Mas as vezes não percebe e chega a 50, 60mg/dl.
1 pastilha é suficiente, em menos de 10min. a glicemia esta entre 90 e 110, a variação depende do motivo da hipo, se for atividade fisica, pode ser que suba pouca coisa acima de 70mg, pois apesar da correção o organismo continua consumindo energia, o ideal neste caso é corrigir a hipo e ingerir  os carboidratos de acordo com as ordens medicas para a sua atividade fisica.

Se for daquelas hipo sem explicação, ele rapidamente chega a 90 ou mais e da pra levar até a proxima refeição sem hiperglicemia, adorei isso, corrigir hipo, rapido e sem hiperglicemia depois.

O mais legal é que, os sintomas desaparecem rapidinho...

É logico que todo excesso de hipo deve ser investigado, pode ser excesso de insulina, CHO de menos, agora dizer que um diabetico nunca tem hipo é complicado, eu penso que se nunca tem hipo vive com hiper. Ou então não se movimenta, passa o dia sentado, o que pode ser muito perigoso a longo prazo a um diabetico.


Na segunda feira, aconteceu algo engraçado, o Igor foi a um passeio da escola no Jardim Botanico, e passeio ao ar livre é criança correndo, criança andando muito. Ele esta numa fase de total independencia, então meu medo é tentar corrigir uma hipo sozinho e não perceber que não corrigiu, a hipo pode fazer isso, fazer você pensar que ja fez algo que deveria fazer e não fez.
Fiz todas as recomendações, o colegio ja sabe como agir, mas ele precisa comunicar quando sente hipo.
Ao deixa-lo no portão da escola fiz as ultimas recomendações, as que todas as mães fazem nesta situação, e mais aquela:
-Filho, cuidado com a hipo, se sentir algum sintoma mede, não espera pra ver se vai melhorar.
Ele ja estava saindo quando virou e disse:
-Mãe não se preocupe, estou levando o Glico Fast.

Serio, eu ri muito, voltei dirigindo e rindo, o momento, pareceu um comercial de TV,  se um dia tivessemos que gravar um video parecido, não ficaria tão perfeito.

Eu não tenho a pretensão de fazer propaganda de nenhum produto, este blog é pessoal, aqui apenas expresso a opinião sobre produtos que podem facilitar a vida da criança com diabetes, e antes preciso conhecer, e ter  certeza de foi melhor para nós, se perceberem, não anuncio aqui lançamentos
Nós testamos e aprovamos!!!

Se quiser conhecer mais entrem no site: http://www.glicofast.com.br

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

OPINIÃO SOBRE O LIVRO: "Incríveis Descobertas no dia a dia com Diabetes"

Em Maio deste ano, foi lançado um livro voltado a criança com diabetes, fiquei bem curiosa, mais ainda pelo seu lançamento não ter sido divulgado em nosso meio. Apenas uma nota no site da ADJ.
Decidi por comprar o livro, num primeiro momento, li a primeira pagina e ja o julguei como ruim, sério... não terminei de ler. Esses dias venci o meu preconceito e terminei a leitura.
Bom, o Livro tem como personagem principal uma criança com Diabetes tipo 2, o Tadeu, resultado da má alimentação e uma vida sedentária, e uma personagem tipo 1, a Tarsila.
Juro que precisei ler duas vezes para vencer meu preconceito, Mas hoje, considero um livro indicado a TODAS as crianças, diabéticas ou não, em especial aquelas crianças que teimam em não se alimentar corretamente e as mamães que não se dão conta de que nem sempre os problemas de obesidade se resolvem com o crescimento.
A autora soube abordar momento do diagnostico, e pouco se difere do diagnostico do DIABETES TIPO 1.
É uma leitura que vale a pena ser feita para crianças recém diagnosticas, e de forma lúdica apresentar a nova realidade a criança.
A maneira como ela explica o que é diabetes, as diferenças, os sintomas da hipo, muito bem abordado e numa linguagem de fácil entendimento infantil.
Deduzo que por ser odontopediatra, ela tenha percebido o aumento do numero de crianças com diabetes tipo 2 e tenha resolvido escrever o livro.
É EDUCATIVO E VALE A PENA!!!

Se quiser adquiri-lo ou presentear alguém:
http://www.saraiva.com.br/incriveis-descobertas-do-dia-a-dia-com-diabetes-4058263.html

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Essa é a nossa historia com processo judicial e o SUS.

Ha tempos todos sabem que estamos com um processo judicial para garantir a bomba e os insumos, e assim poder controlar melhor a glicemia do Igor.
A BOMBA pegamos em Abril ou Maio, não me recordo, pegamos também reservatórios e insulinas, mas até aí a bomba não tem utilidade pra nós, NÃO RECEBEMOS OS CATETERES. Como conectar a bomba ao corpo do meu filho?
A sentença  foi encantadora, apesar de demorada:


Eu estava toda feliz, ficaria SEIS MESES, sem me preocupar, mal sabia que eram apenas palavras.
Junto com o advogado, fizemos tudo o que era necessário, anexado tem pelo menos 2 receituários assinados pelo funcionário que nos atendeu na farmácia de processos judiciais, com a negativa de entrega, isso não era suficiente para o Julgador, expediu um mandato de busca e apreensão do que ja era sabido que não tinha, o que leva um tempo, além do tempo perdido, um dos mandatos se perdeu, ninguém sabe, ninguém viu...
Quando tudo parece resolvido o julgador revisa um bloqueio de verbas de 2010, onde, justificadamente não peguei a verba que era para a compra de Lantus e Novorapid por 3 meses. Mais uma vez o advogado apresentou o que foi solicitado. Hoje não usamos mais Lantus, e não temos problemas na entrega de Novorapid. Foi anexado ao processo um laudo medico, salientando a piora no controle pela falta de insumos (Cateter), mais orçamentos, tudo que era necessário para adquirir o que falta para que nosso controle volte ao indicado.
Enfim o despacho:

Hoje fui surpreendida por um telefonema informando o valor que seria depositado na minha conta... Sabem que bloqueio foi esse? O de 2010. Aquele pra comprar insulinas que eu não estou precisando comprar, até da pra comprar 1 caixa de cateter e tem troco pra devolver, ja que não da pra comprar 2 caixas.
Eu fiquei muito mal, sei que vai ter gente falando, pelo menos ela liberou verba para 1 caixa... Mas sabe, eu não aguento mais isso, essa briga com o SUS, garantimos 1 mês e depois batalhamos 3, 4 meses por mais 1 mês de tratamento, caramba, a lei não é clara? Não foi dada uma sentença de entrega semestral? Qual é o problema de se cumprir sentenças, de cumprir a própria sentença?
Vamos, para mais um tempo de vai la vem cá, nessa luta incessante, que fraqueja... que fere... que cansa...
Eu fico pensando, em como seria diferente a minha historia, as varias historias de muitos diabéticos, se as pessoas olhassem menos para o próprio umbigo, ou apenas para os interesses pessoais.

Diabéticos são convidados para audiências publicas, os diabéticos não vão, diabéticos são convidados a fazerem parte de um grupo, e só querem receber os benefícios, fala-se em união a maioria dispersa, pra que união né? Para que objetivos em comum? Esses problemas são isolados, será que são tão isolados assim? Ou as pessoas não falam? Ou as pessoas simplesmente desistem e preferem aumentar a carga de trabalho para conseguir custear o tratamento, ou até mesmo, DESISTIR DO CONTROLE.

Eu ouço muita coisa sobre sequelas, o dever do diabético consigo mesmo, que é possível controlar o diabetes, mas não ouço ninguém falar da assistência do poder publico a isso, não ouço ninguém falar em facilidade de acesso a todos os tratamentos disponível. Eu até entendo que quem esta julgando meu processo não sabe nada de DIABETES, mas porque não sabe? Porque esses milhões de diabéticos estão CALADOS. Talvez nem os secretários de saúde saibam o que é controlar diabetes na integra.
Reclama-se muito das piadas, da falta de informação em relação ao DIABETES, mas quem quer passar a informação adiante? Quem quer lutar por melhorias? Reclamar, reclamar, não vai adiantar nada!!!

O problema não é o judiciário, não é o SUS, somos nós que não conseguimos nos organizar de forma sensata, equilibrada, direcionada... Nós diabéticos e familiares, estamos espalhados pelo Brasil, cada grupo com seus objetivos regionais... Isso é a nossa maior fraqueza. Enquanto isso o SUS faz o que bem entende, pois não conseguimos provar se quer a nossa necessidades de mudanças na lista de medicamentos para diabetes no RENAME.

Médicos, cada um puxa brasa pra sua sardinha, pacientes disputam entre si quem tem o melhor tratamento, laboratórios manipulam nossos interesses... e quem devia receber os benefícios para um bom controle da glicemia... SE LASCA!!!

Essa é a nossa historia, sei que a de muitos brasileiros... mas enquanto não houver uma união por parte dos diabeticos e familiares... será apenas mais uma historia.

Eleições estão na porta, ja pensou em questionar o que seu candidato sabe sobre saude, dispensação de medimentos e diabetes? Se ele esta tentando reeleição, ja se perguntou como ele vem tratando os diabeticos do seu municipio? Se não, é hora de começar  a se preocupar com isso.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PROTEGENDO O NOSSO FUTURO: Hipoglicemias

Quem não tem medo delas?
Eu tenho verdadeiro pavor delas chegarem ao estagio de convulsão, acho que a pior hipoglicemia que assisti do Igor, foi quando ainda estava no hospital, durante o diagnostico, ele ficou sem enxergar, foi uma agonia muito grande, pois eu não sabia o que estava acontecendo, e pasmem, nem os medicos, cuidei da hipoglicemia num impulso, mas foi horrivel.
Ao longo desses 3 anos e um pouquinho percebi que os sintomas vão mudando ao longo do tempo, no principio, ele ficava palido e suava nas mãos, sentia o coração bater mais forte. Depois ele sentia fome, apenas fome, passou pela fase em que não ouvia ninguém falar, não obedecia ordens, nem perguntas, nada, era como se simplesmente estivesse surdo, e ultimamente sono, apenas sono, acho que esse é um dos mais perigosos sintomas, não sei, apenas acho, de repende a pessoas dormir com hipoglicemia pode ser bem perigoso caso esteja sozinha. esses dias quando saimos da natação, ele simplesmente se calou, no banco de traz e quando percebi estava dormindo, com uma das mãos dirigi e a outra tentando acorda-lo até poder estacionar, glicemia 64, nem tão baixa, mas ja em declinio significativo.
Ha umas duas semanas, servi o jantar e fui dar minhas aulinhas, quando voltei, ele estava na minha cama choroso, não, ele não estava sozinho havia um adulto que deveria dar-lhe assistencia:


-Mãe, quase morri.
-Como assim quase morreu? O que aconteceu?
-Tive uma hipoglicemia muito baixa e que não queria subir, olha só o glicosimetro.



Quem quase morreu fui eu quando vi esses numeros, Mas tentei não passar pra ele que também estava assustada, com calma conversei, perguntei como ele estava, e que deveria ter comunicado ao adulto em questão, e que me ligar jamais vai atrapalhar, aí quando voce ouve uma criança dizer que sozinha ela estaria melhor, é pra sentir o que? Raiva, revolta, pena, tristeza? Sabe, é um mixto de sentimento.
Neste dia ele pediu pra ficar comigo porque ele estava carente, antes, medimos para ver o tamanho do rebote:



Essa semana o susto foi com a Silvinha autora do http://joaopedroeodiabetes.blogspot.com.br:
"Domingo, 2 de setembro..
Depois de 15 meses de DM, pela primeira vez meu filho fez uma hipo severa com convulsão e espamos.
Estava preparando o café da manhã, meu marido tinha ido buscar pão, quando escuto um grito horrível do João, abro a porta do quarto ele convulsionando, nem pensei peguei o sachê de açúcar e dei pra ele, e não paravam os espamos e ele gritando.. foram 3 sachês.
Quando ele melhorou medi estava 47, corrigi de novo, 51, mais uma correção e depois de meia hora 96. Depois que passou, fiquei com as pernas moles, foi horrível ver meu filho naquele estado. A gente não sabe o que é uma hipo dessas até passar por uma, mexe muito com o emocional. Ainda bem que passou e ficou tudo bem. Ah um detalhe ele não se lembrou de nada.."
"Ontem não senti tanto o impacto, mas acordei destruída hoje, com um sentimento de impotência diante do fato, tudo é muito frágil e muito tênue, sei que não serei mais a mesma.. mas também não sou de ficar lamentando muito tempo, apesar de estar triste e chateada, vou me reconstruindo aos poucos.
Não quero tornar a vida do João uma prisão, vou tentar ao máximo continuar com as mesmas atitudes com ele, pra que se sinta seguro."
Eu acho que as hipoglicemias com mais sintomas, ou mesmo convulsões, mudam a vida da gente de alguma maneira, mudou para o Igor ter cuidado de uma sozinho, mudou para a Silvia ter assistido o filho convulsionar e mudou para o João também. Senti muito orgulho do meu filho.
Hoje o Igor tem sintomas pós hipos, ele pede abraço, quer ficar no colo, eu me preocupei e perguntei no bate papo do Facebook e é uma reação absolutamente normal, até mesmo para adultos, então é um sentimento novo para aprender a lidar, e como ele esta crescendo e raramente pede abraço, também estou aproveitando um pouquinho, e não é todo dia que ele tem hipo.
O que devemos ter em mente pós hipo é que mudar o tratamento para que isso não aconteça mais por conta propria não vai ajudar em nada, resolve apenas algo que é uma possibilidade, mas interfere no controle geral, é possivel que algumas mães sintam medo e diminuam a quantidade de insulina, deem mais carboidratos no horario em que tiveram hipo, eu mesmo ja senti medo quando meu filho usava a caneta.
Mas aprendi a usar o monitoramento com testes capilares ao meu favor, fazendo o possivel para manter os valores da glicose dentro das metas, acho que da pra avaliar bem ,JUNTO COM O MEDICO. Se você perceber que seu filho esta tendo hipoglicemia sempre em determinado horario, meça 1 hora hora antes e anote esses valores, apresente ao medico, ele vai saber interpretar se é insulina demais ou carboidrato de menos e com o tempo, aprendendo a lidar com isso, é mais facil evitar, não estou falando que vai evitar, a possibilidade de hipo é real e imprevisivel, e não da pra viver com medo dela, mas da pra tomar algumas medidas e evitar o excesso delas.

Assim como a hiperglicemia, a hipo em excesso não é nem um pouco legal para os pequenos:
"Por intermédio da análise de estudos clínicos sobre a relação entre HII, dano cerebral e DC(deficit cognitivo) em crianças com DM1, pôde-se explorar os fatores predisponentes aos prejuízos estrutural e funcional do SNC(sistema nervoso central), e consequentes comprometimentos nos domínios cognitivos, entre os quais se destacam a intensidade, frequência e duração dos episódios hipoglicêmicos, além da precocidade da doença.
De fato, quanto maior for à precocidade no surgimento do DM na criança, maior é a propensão à ocorrência de hipoglicemia e, consequentemente, maior é o risco de deterioração das funções cognitivas. Além disso, existe o dano cerebral estrutural e/ou funcional, causados pelos episódios de hipoglicemia e desencadeadores do DC.
Considera-se que a relação entre DC e os eventos de hipoglicemia é ainda um fator limitante
no emprego de insulina no tratamento do DM1, além do fato de que ainda são poucos os estudos que investigam as consequencias da HII em crianças. Portanto, conclui-se que é relevante o contínuo e intensivo cuidado e educação da criança portadora de DM1 submetida à insulinoterapia, com vistas a reduzir a possibilidade do dano cerebral e consequentemente o desencadeamento de DC. FONTE: http://revistas.unipar.br/saude/article/viewFile/3418/2320
Sei que manter os niveis glicemicos dentro das metas é dificil, mas é o que temos a fazer, nem abaixo de 70 nem acima do valor que o seu medico estipulou como meta, se as coisas não estão bem, acha que deve mudar algo, anote tudo, horarios, quantidade de carboidratos, glicemia antes e depois das refeições e mostre ao medico, é disso que ele precisa para saber se o tratamento requer ajuste, se a alimentação precisa mudar, mas temos que fazer nossa parte, e não esperar que o medico adivinhe o que esta acontecendo fora do consultorio.
E não pense que deixar a glicemia UM POUQUINHO acima do normal vai ajudar, porque a resposta disso você só terá a longo prazo e pode ser muito ruim, não para você, mas para o seu filho.











segunda-feira, 3 de setembro de 2012

PROTEGENDO NOSSO FUTURO: Diabetes como uma condição de vida.

"A grosso modo ao perceber que a maneira de se vivenciar as situações, é fruto dos "óculos" que se utiliza para enxergar a "realidade", passa-se a ter a oportunidade de trocar esses "óculos". E os "óculos" escolhidos irão facilitar ou não a jornada de acordo com as respostas às situações vividas"  Thaís Petroff

Quem me acompanha pelo facebook sabe o quanto torci essa semana pelos "gringos" no Tour do Rio, esses gringos são especiais, são a ¹TEAM TYPE 1(equipe tipo 1) Composta somente por atletas diabéticos, a equipe aposta na superação como principal força. “Nossa vontade é transmitir esperança e inspiração para as pessoas afetadas pela diabetes ao redor do mundo. Com a dieta apropriada, exercícios, tratamento e a tecnologia, nós acreditamos que qualquer diabético pode atingir seus objetivos”, explica o diretor Jack Seehafer. Em 2010, o atleta Cristopher Jones se superou e ficou com a segunda colocação individual.
Eu ja tinha noção de que diabetes não limita, é a maneira como olhamos pra ela que criam esses limites, hoje eu vejo diabetes como uma condição de vida, não como um fardo, não sinto o peso, mas depois que vi o que esses rapazes são capazes de fazer, eu tenho a certeza, DIABETES não deve limitar a sua vida, pelo contrario deve te impulsionar a vencer barreiras.
Acompanhei as 5 etapas, torcendo, desejando sempre algum deles juntinho dos primeiros colocados, para além da vitoria, eles conseguirem passar a mensagem a que se propõe, e pelo menos pelo meu ponto de vista, fizeram bonito, para quem não sabe como é controlar diabetes tipo 1 durante atividade fisica de alta performance, é só mais uma equipe, mas para quem sabe, como é de perto... a mensagem foi dada, e espero realmente que eles tenham incentivado muitos diabeticos por onde passaram, e eu queria que vocês, que me leem também vissem como é possivel, viver, realizar sonhos, ir ao topo, mesmo tendo diabetes.

Na 1ª etapa, Rio-Angra dos Reis, Daniele Callegarin da Team Type 1 ficou em 4º lugar, veja os melhores momentos do percurso:

Na 2ª Etapa Volta Redonda-Três Rios tivemos o esloveno Aldo Ilesic da Team Type 1 como segundo colocado. Veja os melhores momentos:

A 3ª Etapa que partiu de Três Rios com destino a Teresopolis, não foi a vez da equipe, mas se mantiveram na prova e completaram o percurso, neste dia  a melhor colocação foi do , Joseph Rosskopft em 20º lugar, como muitas esperanças o dia seguinte, seria dia de vitorias e boas colocações, a 4ª Etapa que era de Teresópolis a Rio das Ostras, trouxe o lugar mais alto do podio a Aldo Ilesic da Team Type 1, veio como presente de aniversario e segundo ele a adrenalina o fez esquecer que era seu aniversario e completa:  “Graças à ajuda da minha equipe, eu consegui me aproximar na fuga dos líderes gerais da competição e conquistar essa vitória”, veja os melhores momentos:

Na 5ª Etapa Rio das Ostras- Rio de janeiro, a melhor colocação da equipe foi com a Daniele Callegarin, em 9º lugar e aos final a colocação por equipe a Team Type 1 ficou em 6º lugar, entre 16 equipes...
Mas sabe o principal disso tudo, é o que você percebeu, você pode ter percebido que eles não levaram todas as vitorias, e não estiveram em todos os podios, e pensar que não adianta se superar, aceitar e batalhar por seus sonhos porque sempre vai ter alguém na sua frente, ou você pode perceber que o importante foi feito, eles completaram cada percurso, por 5 dias consecutivos, e estavam entre os primeiros, sempre, apesar do diabetes!!!
Eu escolhi olhar o diabetes de uma forma diferente, mesmo com todos os improvisos que ele nos submete, o DIABETES, é apenas algo que precisamos controlar e que só vamos conseguir se conhecermos nosso corpo, nossos sentidos, nossas reações e passar a usar a nosso favor e que quanto mais nos superamos mas conhecemos, e quanto mais conhecemos mais facil é controlar...