segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hemoglobina Glicada/Glicosilada (HbA1c)


 Como disse a Nicole, "Falhei no Provão", No exame de Hemoglobina Glicada eu não espera o mesmo valor do trimestre passado, mas me assustei com o resultado de 7,4%, esse é o valor mais alto desde o diagnóstico, me senti muito mal.
Vacilei, relaxei, ele ingeriu mais gorduras do que o normal, enfim, permiti que ele satisfizesse suas vontades gastronómicas além do permitido, mesmo usando mais a Novorapid, mesmo com contagem de carboidratos.
Já conversamos a respeito, expliquei o que esse resultado significa...
Acredito que parte desse resultado seja por conta do descontrole que está ocorrendo na hora do lanche na escola, isso pra mim já é um problema com data para ser resolvido, na planilha de controle glicemico é visível o reflexo do lanche antes do jantar.
Somado aos excessos de SIM, não dá para ficar penalizada, tem dias que o NÃO tem que prevalecer, sem culpa.
Já mudamos algumas regrinhas, ele concordou com todas, ontem até comeu salada de beterraba ralada crua com tomate sem reclamar. meu filho é um amor!!!
Mas nesses exames nem tudo foi ruim, pós diagnóstico fizemos o exame PeptideoC e tivemos o resultado de 0,1ng/ml, isso foi em agosto/2009 um ano depois quando esperávamos que o pâncreas dele ja estivesse zerado fomos surpreendidos com o resultado de 0,4ng/ml, bem abaixo do minimo que é de 0,9ng/ml mas é bom saber que o pancreas dele ainda suspira, ainda sobrevive.
Bom, pra quem não sabe, esses exames são necessários para o ajuste das doses de insulina, o peptideoC para saber o quando de insulina o pâncreas ainda produz, geralmente é pedido quando o diabético tem variadas crises hipoglicemicas.
Na ultima consulta antes do exame o Medico ja havia percebido o impacto do descontrole alimentar antes do jantar, deixou um outro esquema de insulina caso os numeros persistam em chegar ao jantar acima de 130mg/dl, não vou esperar, ja vou coloca-lo em pratica.
Agora é fazer o que tem que ser feito, consertar os erros e focar no proximo exame.

Algumas explicações sobre HEMOGLOBINA GLICADA:
As hemoglobinas glicadas são formadas pela adição espontânea de glicose ao grupo amino terminal livre das proteínas hemoglobínicas, por reações não enzimáticas.
A HbA1c deve ser monitorada a cada três ou quatro meses em pacientes diabéticos estáveis e, a cada um ou dois meses , em pacientes diabéticos com pobre controle glicêmico.
Grávidas diabéticas (especialmente do tipo I) são avaliadas uma a duas vezes ao mês para um controle mais efetivo.
A terapêutica insulínica deve ser ajustada em pacientes diabéticos, se a HBA1c ultrapassar 10%. Na monitoração de diabéticos, variações de 2% entre duas avaliações é considerada clinicamente significante e indicativa de um melhor ou pior controle glicêmico.

Cuidados na interpretação dos resultados de HbA1c: Valores maiores que os esperados:
O paciente pode estar “manipulando” os valores de glicemia ( uso de hipoglicemiantes) ou conseguiu melhorar o controle glicêmico nas duas semanas anteriores ao exame.
Existe a possibilidade de a glicemia estar mais elevada em períodos que não habitualmente avaliados (p.ex: entre as refeições)
Anemia por carência de ferro, vitamina B12 ou folato constitui um fator que pode levar a um valor falsamente elevado por aumentar a sobrevida das hemácias.
 As metas em crianças e adolescentes:
As metas ideais para a A1C em crianças e adolescentes ainda não estão rigidamente determinadas, diferentemente do que ocorre com os indivíduos adultos. Com o aumento da prevalência do diabetes nos jovens e o uso crescente da concentração de A1C como indicador do controle da glicemia, é importante o desenvolvimento de níveis de referência e padrões de bom controle para essa faixa etária. No estabelecimento dos objetivos para um bom controle glicêmico nas crianças e adolescentes, os principais aspectos que devem ser considerados são:
  • Crescimento e desenvolvimento adequados. 
  • Baixo risco de hipoglicemia (principalmente em crianças com menos de 8 anos de idade, quando o desenvolvimento neuroló- gico ainda não está completo). 
  • O nível de controle glicêmico na faixa pré-puberal também é importante para prevenir o desenvolvimento futuro de compli- cações crônicas do diabetes. 
  • Durante a puberdade, há um aumento dos níveis de A1C. 
A frequência de testes de A1C na infância e na adolescência vai depender das disponibilidades locais e do nível de controle alcançado, podendo variar de 2 a 4 por ano. É aconselhável que se tenha, pelo menos, uma avaliação de A1C por ano. A American Diabetes Association recomenda que as metas de A1C sejam definidas, também, em função dos níveis de glicemia pré-prandial, como mostra a tabela Metas de glicemia (mg/dL) IFA
 
IDADE
Hb1Ac

0 - 6
Entre 7,5 e 8,5

• Alto risco e alta vulnerabilidade a hipoglicemias
6 - 12
< 8

• Risco de hipoglicemia e risco relativamente baixo de complicações antes da puberdade
13- 19
< 7,5

• Risco de hipoglicemia grave.
• Problemas psicológicos e de desenvolvimento.
• Meta de <7% é razoável se puder ser atingida sem risco de hipoglicemias importantes

Metas de A1C e de níveis glicêmicos para crianças e adolescentes – American Diabetes Association – 2008

5 comentários:

  1. Um cheiro carinhoso!
    Estou lendo Sempre!

    Agora que fostes reprovada, faça a recuperação...

    Faça aulas de reforço...

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  2. Um cheiro carinhoso!
    Estou lendo Sempre!

    Agora que fostes reprovada, faça a recuperação...

    Faça aulas de reforço...

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  3. Vai vendo e aprendendo o que exigir do medico para um bom controle, e aí como vão as glicemias??
    Beijinhos

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  4. Acontece! Não dá para se culpar o tempo todo, não é nada fácil, é um dia após o outro. E só. Beijinhos carinhosos.

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  5. Olá! Pela primeira vez li seu blog hj. Que idéia fantástica! Queria deixar aqui meu depoimento, pois tenho 31 anos e sou diabética tipo 1 desde os 5. Também gostaria de ajudar a quem quiser, respondendo alguma questão nesse minha larga experiência de 26 anos convivendo com a doença.
    Um grande beijo,
    Gabby

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