quinta-feira, 18 de julho de 2013

4 anos convivendo com o Diabetes.

É UM BOLO REPRESENTATIVO
 


"É legal, porque já faz 4 anos que eu estou convivendo e vencendo o Diabetes Mellitus tipo 1, nos primeiros dias eu não me cuidava, mas hoje eu me cuido, e até demais! eu também conheci muita gente legal, e espero que continue bem a minha vida e a de todos." -Igor, 11 anos








Isso, ele mesmo que escreveu, pedi que ele começasse a postagem de hoje ja que ele acordou  colocou a blusa com a logo do blog autografada pela Xuxa, que foi surpresa pra mim.
Ontem havia perguntado a ele, porque comemora, eu sei porque eu comemoro, mas queria saber a visão dele,  e me respondeu que, "é a data que eu sobrevivi ao diabetes, eu não lembro de nada, mas sei que algo muito ruim aconteceu"

Eu não sei se da pra esquecer, mas as percepções do diagnostico vão mudando ao longo do tempo, no começo eu sentia muito medo de algo que ja havia passado, quando eu tomei consciência do risco que meu filho correu, eu senti medo, medo do passado, foi então que decidi sempre comemorar a oportunidade de ter meu filho ao meu lado.
Por aqui, contamos apenas o tempo das vitorias e temos o habito de comemorar todas, é como um estimulo para estar sempre renovando nossa lista de vitorias, pelo menos as que dependem de nós.

São só 4 anos, mas parece que sempre foi, poucas lembranças de como era a vida sem diabetes, não fazemos essa relação, modificamos nossa vida, mudamos nossas relações e o que ficou pra traz não era pra ser, tentamos não pensar nisso porque não faz sentido ficar imaginando uma vida sem o diabetes, ou ficar forçando lembranças... O tempo do esquecimento é proporcional a diminuição da dor, nosso cérebro é a maior proteção de sofrimento que existe. Se ele esqueceu foi necessário esquecer.
É assim com o Igor, ele esqueceu tudo que viveu no diagnostico, porque vou ficar lembrando? Contando a ele o que aconteceu? Ele sabe que foi ruim, ponto. Mas logico, se algum dia ele quiser saber os detalhes, contarei.

O Igor quer saber se pode adicionar os anos de diabetes a sua idade, porque ele acha que tem o direito de ter 15 anos, rsrsrsrsrs, meu filho é bem espirituoso, rsrsrs.

E vamos seguindo... A vida com ou sem diabetes continua e não espera, nem dá desconto pra quem senta e espera as coisas acontecerem. Que sejam muitos e muitos anos, vivendo e vencendo o Diabetes.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Véspera de diagnostico de Diabetes - Ha 4 anos.



Ha quatro anos, mais ou menos nesta mesma hora, depois de ter ligado para a pediatra que pelos sintomas suspeitou de infecção urinaria pois os exames eram recentes e não apontavam qualquer outra suspeita, tudo se resumia a fazer muito xixi e beber água.

A minha preocupação era muito grande, e depois de muito pesquisar pensei: "Realmente deve ser exagero meu", que decisão infeliz...

Na época encontrei pouquíssimas publicações falando de diabetes, e de forma tão amena que não dava pra ligar o que eu via a diabetes.

Desde que comecei com o blog me preocupei com isso, quantas mães fazem a mesma pesquisa que eu fiz? Com certeza nosso sofrimento teria sido menor caso tivesse encontrado algo, bem claro, numa linguagem que eu entendesse, logico que Google não é lugar para diagnostico, mas as informações contidas podem fazer a diferença, pode acelerar a busca pelo diagnostico medico. Ninguém deve confiar nas pesquisas da internet, se sintomas incomodam, se você tem a sensação de que algo não está normal.

Nunca fui muito fã de pronto socorro, acho que o historio de saúde faz toda a diferença neste primeiro momento, e se puder esperar pra ser atendida pela pediatra dos meninos, eu prefiro, e no dia 16 de Julho de 2009 foi o que decidi. Esperar pela pediatra.

Hoje, quem fizer a mesma pesquisa que fiz, vai encontrar no topo dos resultados, a nossa historia, não sei quantas mães eu ajudei, escrevendo um texto especialmente para aparecer nas buscas, mas só o fato dele estar lá, sinto que cumpri minha missão.

Dividir um pouco o que sei, do que vivo, torna a minha vida melhor, não por orgulho, por vaidade, mas pelo simples fato de ajudar alguém e se sentir um pouco melhor, mais aliviada, menos sozinho... E assim, também não me sinto sozinha neste mundo tão egocêntrico.

Nesses 4 anos, dei o melhor de mim a causa Diabetes, não me arrependo de absolutamente nada... Tudo que fiz de certo ou errado, esta me servindo de aprendizado, não sei se me transformei em outra pessoa, mas sei que sou uma pessoa bem diferente do que era ha 4 anos. E também não sei dizer se sou mais feliz ou menos feliz, sou diferente, minhas emoções são diferentes, a forma com que vejo o mundo a minha volta mudou, irreversivelmente.

Eu sinto que estou cansando de tantas portas fechadas, tantas dificuldades para realizar o obvio, que é ajudar a garantir qualidade de vida para os diabéticos, tratamento adequado, respeito por parte do SUS, dos nossos governantes. Mas nunca vou me cansar desse cantinho aqui. É onde eu consigo falar com quem me entende, é onde eu deixo de me sentir uma neurótica para ser uma mãe que tem os cuidados adequados, é onde eu recebo força ao invés de pena... Também estou cansando desse mundinho lá fora, que olha pra nós, mães de crianças com diabetes, com pena... como se não fossemos capazes de levar uma vida normal, sorrir. As vezes sinto minha felicidade censurada... Isso tem me incomodado muito.

Não lamento nada que a rotina do tratamento de diabetes me impõe, me canso claro, mas não lamento.
Me canso, perco noites de sono, tenho um despertador de 3 em 3 horas os 7 dias da semana, mas nada disso me faz infeliz. Eu amo poder cuidar do meu filho e ter recebido essa oportunidade, me honra!!!

terça-feira, 2 de julho de 2013

1ª FEBRE PÓS DIAGNOSTICO.

Mergulhamos tanto no mundo do Diabetes, que por vezes esquecemos que existem outros fatores que afetam a saúde.
Havia anos que eu não sabia o que era medicamento alem de insulina, febre então, só antes do diabetes, semana que vem fazem 4 anos.
No domingo a noite o Igor apresentou umas glicemias bem altas e a temperatura acima de 37°, acompanhei até certa hora e dormiu bem, acordou bem, quando fui busca-lo no colégio, era só reclamação... Tudo havia sido horrivel, como é um dos sintomas de hipo - Mede a glicose. 280mg/dl. Como ele estava muito chato, muito mesmo, nem investiguei sobre o lanche e as causas da hiper.

Chegou em casa foi direto pra cama. Opa!!! Tem algo errado aí. 38.1.

Bateu um desespero... Passou um filme na minha cabeça, lembrei de como eram as febres dele antes do Diabete, as alergias a mendicamentos, os vômitos... Tremi.

Ainda bem que é daquelas febres que cede rapidinho com medicamentos, mas como hoje acordou com febre e suou horrores durante a noite, tanto que precisei trocar a roupa dele, hoje fomos ao medico.
Ter uma pediatra DM não tem preço, o cuidado pra não receitar remédios que elevem a glicemia, tentar não usar medicamentos fortes, estamos bem.

O Igor esta com um principio de Sinusite, provavelmente de causa alérgica ou viral (não sabia que existia), esta tomando Allegra e outros medicamentos que não interferem na glicemia, mas os números ainda estão altos, nada de menos do que 250mg/dl, com isso estamos medindo de 2 em 2 horas e corrigindo, agora a noite ele apresentou uma sede excessiva, e me preocupou um pouco, mas acho que 275 ainda não é um numero para cetonas, ou é? Nem vou pensar muito nisso, vamos é tentar baixar isso.

Criança com diabetes também tem febre e não é culpa do diabetes, embora tenhamos que nos preocupar com a glicemia.