domingo, 14 de setembro de 2014

Porque não podemos aceitar o relátorio do CONITEC?

Justificativa para não implantar protocolos clínicos.
Ao ler os relatórios do CONITEC em resposta a consulta pública 01/2014 eu fiquei realmente assustada com o nível de avaliação, não tenho conhecimento técnico para avaliar todo o conteúdo, mas entendo que no Brasil existe uma necessidade urgente de um protocolo clinico para dispensação de insulinas, até porque, não ter um protocolo não significa menos gastos, pelo contrário, ele vem acontecendo e de maneira desordenada através de liminares e mandatos, é notório a crescente demanda judicial para obter insulinas mais modernas.


Quantos portadores de diabetes fazem uso de análogos de insulina no Brasil?
Eu duvido da existência desses dados, assim como duvido da existência de dados que expressem a realidade de quanto é gasto com DIABETES no Brasil.


80% dos que responderam a pesquisa usam análogos, sendo 53% usuários de Lantus


Entre os dias 8 e 14 de Setembro de 2014 fiz uma pesquisa entre os seguidores da minha página e alguns participantes de grupos no Facebook, a realidade é que a maioria dessas pessoas recebem seus medicamentos através do SUS incluindo tiras reagentes, que possui protocolo próprio de dispensação diferenciando insulinodependentes dos portadores de diabetes em uso de medicamento oral, e pasmem, funciona!


No Brasil portadores de diabetes tipo 2 que usam medicamento oral não tem direito a receber do SUS tiras reagentes para medir a glicose em casa.
Se o PROTOCOLO para a dispensação de tiras reagentes funciona, porque para análogos não funcionaria? Bom, essa resposta veio justificada no artigo "Evaluation of the incremental cost to the National Health Service of prescribing analogue insulin, 2011" , então vejamos alguns trechos desse artigo, que os autores deixam bem claro que se trata de um estudo LIMITADO:


Embora tenha sido demonstrado que os análogos de insulina estão associados com o ganho de peso reduzido, menos hipoglicemia (especialmente noturna), melhorou abaixamento da glicose pós-prandial e melhorou esquemas de dosagem, a maioria dos comentadores concorda que estes benefícios são modesto em comparação com a insulina humana. No entanto , o custo-benefício de análogo de insulina pode variar dependendo do tipo de diabetes, as características clínicas de cada paciente e do tipo de análogo de insulina. 

de Nice determinou que as fronteiras de insulina glargina em ser rentável com a disposição atual de pagar limiares em pacientes com o tipo 1 diabetes, mas que não é rentável no diabetes tipo 2. Na Alemanha, o IQWiG contesta o valor de análogos de insulina no diabetes tipo 2.
análogos de insulina também estavam disponíveis em novos dispositivos que podem ser mais atraentes para pacientes e mais fácil de usar do que os dispositivos utilizados para administrar a insulina humana.

Portanto, aqueles com diabetes tipo 2 em uso de insulina, muitas vezes recebem doses mais elevadas de insulina.

Outra limitação é que o PCA apenas nos diz o quanto de cada tipo de insulina foi dispensado; Assim, não havia nenhuma maneira de determinar a quantidade de insulina foi dispensada aos pacientes com diabetes tipo 2, especificamente. No entanto, é provável que o nível de diabetes tipo 1 permaneceu relativamente constante ao longo do período de estudo, enquanto que o número de pacientes com diabetes do tipo 2 é conhecido por ter aumentado consideravelmente.
A suposição de que todos os pacientes em uso de análogos de insulina poderia ser igualmente bem tratado com insulina humana também é passível de ser irrealista. Dr. Adler, presidente da comissão NICE orientação, sugeriu que 90% dos pacientes com diabetes tipo 2 poderiam receber a insulina humana em vez de análogos de longa ação de insulina, com cerca de dois terços desses pacientes restantes da insulina humana. Atualmente, no entanto , não há nenhuma figura definitivo para quantas pessoas com diabetes poderiam ter recebido a insulina humana em vez de análogo de insulina. 
É provável que havia e há espaço considerável para a poupança financeira. Mais preocupante ainda, o papel clínico e a segurança da insulina para uso em pessoas com diabetes tipo 2 está sendo questionada
Em momento algum tal estudo diz que não é vantajoso o custo dos análogos de insulina para os portadores de diabetes tipo 1,  e nem que existia um protocolo em que a dispensação de análogos de insulina era apenas para portadores tipo 1 e que ao longo do tempo foi estendido ao tipo 2, então porque tal artigo é a justifica para não pensamos na possibilidade de um protocolo?
Simples, o tratamento de diabetes foi avaliado pelo CONITEC de forma geral e não levando em consideração seus tipos e a complexidade do tratamento.
Quem são e quantos são esses pacientes selecionados?
Como conseguem analogos? Qual a qualidade de vida desses portadores de diabetes? 
Considerando que a hipoglicemia noturna é um risco fatal aos portadores de diabetes, devo pensar que qualidade de vida não entrou na avaliação da equipe, o sono é algo vital ao ser humano e influência em todos os aspectos da vida.
Finalizando com a questão orçamentária, o estudo alega que custaria o dobro do orçamento de enfrentamento a AIDS:
O Brasil é referência no enfrentamento a AIDS, e brigou
honrosamente pela quebra de patente, por isso, hoje os custos são menores.
Essa é pra pensar!!!
O Brasil entrou na briga pelos portadores do HIV e estão usando os resultados para não lutar pelos portadores de Diabetes.



Referências bibliograficas: 

  1. Relatório de Recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC – 114
    <
    http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/setembro/05/Relatorio-Insulinas-tipoI-FINAL-114.pdf>
  2. Evaluation of the incremental cost to the National Health Service of prescribing analogue insulin, 2011.<http://bmjopen.bmj.com/content/1/2/e000258.full>
  3. Pesquisa "Controle do Diabetes no Brasil" realizada entre os dias 08/09/2014 e 14/09/2014 com 394 portadores de diabetes e familiares que participam de grupos dentro da temática no Facebook.
  4. Pesquisa ¨"Tratamento de diabetes e o SUS" realizada entre 25/02/2013 e 29/08/2013. 
  5. Governo decide rejeitar proposta de uso de insulina análoga na rede pública, Vandson Lima,2014.
    <http://idisa.jusbrasil.com.br/noticias/137840956/governo-decide-rejeitar-proposta-de-uso-de-insulina-analoga-na-rede-publica>

6 comentários:

  1. Oie, boa tarde!

    Esse já é o resultado final? Acabei de olhar no site e ainda consta como "aguardando apreciação final".
    Enviei um e-mail a umas 2 semanas mas ainda n obtive retorno da conitec... Como podemos agir para mudar isso???

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  2. Tinha depositado tanta esperança nessa inclusão... muuuuito triste, mas n quero soh chorar, quero agir!!!

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  3. Estou mais tranquila pois esse parece ser o resultado anterior e n o q esta em consulta de 2014.
    Tb há a ação do MP: "O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) conseguiu na Justiça decisão que obriga a União a implantar Protocolo Clínico e a viabilizar imediatamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso a análogos de insulina de longa e de curta duração aos portadores de diabetes mellitus tipo 1 instável ou de difícil controle. A ação vale para todo o país e beneficia as pessoas que não obtém resultados satisfatórios com as insulinas regulares".

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  4. Porém qdo fui me informar no posto de saúde ninguém sabia de nada (como sempre). Acho q ainda n está valendo...

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  5. q droga! acabei d v um informe na ADJ a respeito e lendo as suas referencias bibliográficas... minhas esperanças estão mesmo mortas...

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  6. porém com 100 paginas de contribuições na consulta publica devíamos nos unir e nos manifestar de alguma forma!!! Nem q seja entupindo o email do ministério da saúde com nossas reclamações.

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