quinta-feira, 1 de julho de 2010

Filosofias...



 
"O presente texto foi extraído do Tratado de Jiu-jitsu, de Paulo Pirondi.
     O Jiu-jitsu não persegue, apenas, um ideal de defesa pessoal ou o ouro nas competições. Muito mais que isso, engloba um conjunto de conhecimentos que transportam o Budô,(vale a pena conferir o link) essa quintessência das artes marciais do oriente.
     Ao apresentar-se, o principiante busca, normalmente, aprender as técnicas que lhe permitam defender-se eficientemente de eventuais agressões físicas. Mas também, muito normalmente, ele perde o auto-controle se for agredido moralmente. Já o iniciado, o graduado, deverá perseguir o Budô desenvolvendo um equilíbrio entre a sua parte física e a mental, buscando atingir um profundo auto-conhecimento. À medida que o iniciado progride na escala hierárquica, deverá, cada vez mais, dominar-se a si mesmo, da mesma forma que pode dominar seus adversários; deverá, cada vez mais, concentrar-se no desenvolvimento de sua harmonia interior e na sua interação e integração com o Universo.
     Todo aquele que atingir o nível de Sensei ou Shi-han julgando-se invencível ou superior, não tendo desenvolvido um excelente autocontrole psicossomático, nem tendo conhecido as verdadeiras essências da Arte da Suavidade e da Suavidade da Arte, não é um Sensei nem um Shi-han: é um imbecil. Pode até ter passado a vida "ensinando" Jiu-jitsu, mas na realidade não conseguiu aprender nada! Acabou morrendo na praia. Esta dica serve de alerta para muitos principiantes, que buscam, apenas, vencer uma briga no lusco-fusco de uma danceteria da moda. Não é preciso quebrar o pescoço de um desafeto para provar que se pode vencê-lo; é necessário, apenas, saber que se pode vencê-lo.
     Nas entrelinhas do treinamento, o professor deve deixar o Jiu-jitsu trabalhar a energia interior de seus discípulos; evitar que usem demasiadamente a força bruta; desenvolver no espírito deles o espírito da Arte Suave; promover neles o melhor equilíbrio entre razão e emoção. Le coeur desraisons a que la raison elle-mêmme ne connait pas: o velho filósofo francês dizia que o coração tem razões que a própria razão desconhece. Para um praticante verdadeiramente bem desenvolvido em Jiu-jitsu, esse desconhecimento será o menor possível.
     Saber dominar e controlar seu corpo e sua mente é o objetivo final do iniciado em Jiu-jitsu. A luta é apenas uma parte integrante do caminho que leva a esse objetivo, porque quem possui a morte nas mãos deve possuir, também, a responsabilidade e a coerência daí decorrentes. Boa parte da Sabedoria está em poder distinguir o todo da parte e a parte da meta. Quem não consegui-lo, jamais será um verdadeiro sensei.
     Por melhor que seja, um livro não pode condensar a filosofia do Jiu-jitsu num único capítulo. A filosofia só pode ser transmitida pessoalmente, aos poucos através dos anos, com a vivência e a convivência entre professores e alunos. Formar um lutador é fácil, a dificuldade consiste em formar um discípulo. Eu mesmo já formei muitos lutadores, ótimos lutadores, mas meus discípulos se contam com os dedos de uma só mão. Meus alunos poderão até levar avante a minha técnica, porém, somente meus discípulos conseguirão imortalizar minha memória, junto com a filosofia, o conhecimento e os segredos que herdei de Américo e de Loanza. (*)
     E assim será com todos os outros professores que ensinam o verdadeiro Jiu-jitsu.
(*) - Américo e Loanza são, respectivamente, o pai e o professor de Paulo Pirondi. "



O vídeo acima, trata-se do exame de divisa do meu filho (o não-diabetico), ele é quem aplica os golpes, a musica? ahhh ele diz que foi feita pra ele, Iron Maiden - Fear Of The Dark (tem seus medos). A primeira que aprendeu a tocar na Guitarra. (Ele me proibiu de postar videos dele tocando, 13 anos.)
Quem me conhece a tempos sabe como eu gosto de artes marciais e de tudo que tem como base uma filosofia positiva, mas nem tudo é filosofia. Será?
O Arthur pratica jiu jitsu desde os 4 anos, respeitamos a fase em que quis parar e apoiamos quando quis voltar, acho que agora ele entendeu a filosofia do Jiu jitsu, é basicamente disciplina e auto controle, ele sabe que o jiu jitsu para outros fins que não a pratica de artes marciais no dojô, será vetado a ele, pelo menos enquanto for menor de idade.
O Igor também pratica jiu jitsu desde os 4 anos, andou afastado no pré diagnóstico, voltou a treinar, parou e agora está de volta.
Eu acompanho tudo, treino, torneios campeonatos, sou a psicóloga desportiva deles, já vi o Arthur (não é diabético) entrar num campeonato derrotado sem ao menos lutar, já vi a a sede de vitoria antes de ganhar, já assisti subestimar um adversário e perder. É angustiante assistir a tudo isso e deixa-los aprender com a própria experiência. O Igor é diferente, não aceita a derrota, o aprendizado dele será um pouco mais longo.
Você deve estar se perguntando o que tudo isso tem haver com diabetes? Tudo.
Em qualquer área de nossa vida, em que realmente desejamos êxito, devemos ter disciplina, sem ela, o sucesso é ilusório, as vezes insustentavel.
Hoje quase um ano depois do diagnóstico de diabetes, não vemos mais o diabetes como um entrave em nossa vida, não decidimos por ela, ela decidiu por nós.
Um atleta que busca o aperfeiçoamento, tem que buscar auto conhecimento, conhecer seus limites e sua capacidade de superação.
Eu vejo a preocupação do Arthur em manter o peso adequado para a altura e idade, em respeitar a faixa que usa.
Por que não tratar o diabetes assim?
Não podemos subestima-la, não podemos entrar na luta derrotados, temos que domina-la, suavemente.
Devemos ter conhecimento profundo sobre como controlar o diabetes, e de adversários não reclamamos, lutamos pra vencer. Se não buscamos a vitória somos derrotados por nós mesmos.
Temos a capacidade de dominar o Diabetes e vencer. Nós podemos escolher o resultado desse placar?
Um atleta, tem hora pra dormir, tem alimentação adequada, peso adequado, não pode tomar qualquer medicamento, deve cuidar da saúde acima de qualquer coisa, digo, saúde mental e física.
Que tal encararmos o diabetes como um adversário esportivo? Vamos mudar esse placar? Vamos aplicar a filosofia do BUDÔ nesta luta.
Vamos buscar a vitória, mas não vale entrar nesse campeonato derrotado psicologicamente, o adversário é maior e mais poderoso que você? Mas você tem a técnica.. É capaz!!!!


"PRA MUITOS O CHÃO É O FIM, PRA MIM É APENAS O COMEÇO"
Meu filho tem essa frase numa camisa que o identifica como praticante de jiu jitsu.
Por maior que você seja, nunca derrube um discípulo de jiu jitsu.


NÃO É ACONSELHÁVEL A PRATICA DE ESPORTES OU EXERCICIOS FISICOS COM A GLICOSE ACIMA DE 250 OU COM A PRESENÇA DE CETONAS NA URINA

2 comentários:

  1. Sobre luta, dignidade, opressão e vitoria: O grande Mestre. Um filme gostoso de ver!

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  2. Olá, descobri esse blog numa dessas noites q passo acordada vigiando minha pequena, obrigada por vcs escreverem, faz 6 meses a descoberta da Diabetes na minha filha, ainda não consigo falar, so sei chorar, sair nossa nunca mais fiz isso, enquanto isso fico aqui comparando os sentimentos q são tão parecidos com os meus, e buscando aprender, entender sei lá.
    Obrigada,

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