Nunca falei com ele que algo poderia dar errado, embora me preocupasse, acho que no fundo foi medo dele ter uma desilusão, de não ser o que ele esperava, essas neuras de mãe.
O Igor ja me surpreendeu de cara, ele mesmo configurou a bomba com auxilio da enfermeira, no primeiro dia apenas reclamou um pouquinho de ter algo a mais junto ao corpo, pra todos nós foi um alivio, em todos os aspectos, fisicos e psicologicos, entrar no quarto do meu filho pela manhã, é mais leve, sei lá, mas eu e agulhas nunca nos entendemos bem, aplicar insulina no meu filho foi uma superação, tanto que a primeira aplicação pos diagnostico, com seringa, foi feita pelo pai, eu nunca toquei numa seringa de insulina, o que sinto agora é mais ou menos o que senti que fui apresentada a caneta.
Os primeiros dias de teste não foram cansativos como eu esperava, como ja fazia algum tempo que estavamos nos preparando, não houve muita oscilação da glicemia, estamos agora apenas nos ajustes noturnos, começamos com basal abaixo dos calculos e o bolus da ceia também, para evitar hipos severas, e vamos aumentando aos poucos, é mais seguro.
Tivemos alguns numeros acima de 200mg/dl, mas no ato soube onde havia errado, na contagem de carboidratos, eu as vezes erro com bolos e tortas e alimentos caseiros que possuem recheio em geral, sempre esqueço de contar os recheios e coberturas, só lembro com os numeros do pós.
O legal é que dá pra corrigir sem medo, a bomba dá a real quantidade de insulina ativa no corpo e dependendo da meta daquele horario faz um desconto automatico, é interessante também quando a glicemia está abaixo da meta e inserimos um bolus, automaticamente ela faz o desconto do valor da glicemia que ja está abaixo da meta, esta varia de acordo com o horario, durante a noite nossa meta é entre 100 e 160mg/dl e durante o dia 80 a 100mg/dl e raramente tem acontecido correções. O bolus mantivemos a relação que faziamos com a caneta, havia diminuido o da ceia mas foi necessario voltar a 1U/15g CHO.
Meu filho não se cansa de dizer que quando ele mede a glicose tem a sensação de estar curado, e garanto a vocês que ouvir isso não tem preço, só de saber que ele está muito feliz, mais leve, mais tranquilo, sem duvida nenhuma, estamos todos mais felizes.
Ele ja administra a bomba com autonomia, ainda precisa de auxilio apenas com a contagem de carboidratos, hoje por exemplo, esqueceu dos carboidratos da sobremesa no bolus, mas foi uma oportunidade dele aprender a lidar apenas com bolus sem a correção.
Esse video é da primeira troca de descartaveis, não ficou muito bom porque eu precisava prestar bastante atenção nas instruções, mas dá pra ter mais ou menos a ideia, de como é de facil manuseio.
Esta canula precisou ser retirada, pegamos um vasinho e ele estava sentindo um certo desconforto, fiquei apreensiva achando que o Igor ia desistir do teste, retirei a canula e dei alguns minutos para ele pensar.
(a canula é do tamanho da agulha para caneta 6mm e flexivel, a agulha sai após a aplicação, o dispositivo azul tirado por ultimo)
- Mãe, trocar a canula é de 3 em 3 dias não é? Quantas vezes eu tomava insulina?
- 7 vezes por dia.
- Então vamos colocar a bomba de novo, mas do outro lado.
Depois dessa troca, ja aconteceu outra e colocamos no local em que ele havia sentido desconforto.
Ele está mais consciente que ainda não existe tratamento 100% indolor, e que de uma maneira ou de outra picadas de agulhas vão acontecer e que pode doer.
O importante é aceitar que um tratamento é necessario e tentar encontrar o que mais se adequa as necessidades da criança e da familia. Parece que nós encontramos o melhor pra nós.
Sarah querida! Minha mãe veio nos visitar no final do mês passado. Veio minha irmã Ana. Ela toma dois tipos de insulina ao dia. Vi uns textos, imagens e argumentos que você publicou... e muito me preocupou.
ResponderExcluirMas, este texto me deu alegria em saber da bombinha e do teste positivo em Igor.
Beijos querida!
Adão,
ResponderExcluirTodo diabetico que usa a insulina, deveria ser orientado pelo medico a conhecer contagem de carboidratos, é o que ha de melhor junto com a insulina. deveriam também medir a glicose pelo menos 3 vezes ao dia e anotar tudo o que comer, é a unica maneira de saber se o tratamento está funcionando e trimestralmente o exame de hemoglobina Glicada, mas infelizmente não é o que acontece no Brasil.
Em algumas cidades a bomba de infusão só é dada pelo SUS a quem ja tem sequelas, o que é uma ignorancia em termos de custos, poderiam aliviar o sistema com os custos das sequelas, é uma questão de logistica financeira, se gasta um pouco mais aqui, pra evitar rombos financeiros la na frente, mas parece que não pensam assim.
Muitos diabeticos em uso de insulina tem hipoglicemia no começo do tratamento e com a falta de informação de qualidade preferem manter a glicose em niveis mais altos.
O fato dela estar em uso de insulina não quer dizer que o diabetes piorou ou está fora de controle, mas precisa de um monitoramento rigoroso, se onde ela se trata não der fitas suficientes para 3 testes ao dia no minimo, ela tem que reclamar, se o medico é particular, mesmo assim ela tem direito, em algumas cidades o processo é apenas administrativo, existem associações que auxiliam e indicam o melhor caminho de acordo com a prefeitura.