Acredito, que todas a mães vivem este pós diagnostico, e esta é parte da historia da Rosangela, mãe de uma linda menina de 6 anos:
"Sou mãe de A., 6 anos. Assíria, 27 kg, linda, feliz, gozando da mais perfeita saúde... começa a perder peso, todos entendiam que estava crescendo, estirando...por isso estava magra. Ela:"- estou fazendo regime....pra ficar mais bonita"!!!Quanta inocência... Por volta dos dias 4 e 5 de dez./11, A. levanta sozinha a noite , vai ao banheiro e a geladeira. Percebi isso várias vezes dia 5. Logo, dia 6 fomos ao laboratório. Esse histórico eu já conhecia, pois, tive uma prima diagnosticada diabetes aos 13 e falecida aos 15, nos anos 80. (hiperglicemia). Naquele dia 6 de dez. um peso enorme sobrecarregava-me, abraçava a minha pequena e esperava que fosse diferente...dia 7, a tardinha aguardava na frente da minha casa o resultado, o laboratorio me enviaria. Quanta dor ao abrir aquele envelope. 293mg/dl. Ao lado escrito: "Acima de 126mg/dl: diabetes. Como eu gritei naquele momento...estava sozinha e clamava por Deus... continuarei posteriormente... peço gentilmente que a nossa história seja publicada se possível for.Responda-me para eu continuar, neste momento não contenho as minhas emoções..."
O que dizer a Rosangela?
Não sei exatamente, eu não tive tempo de gritar, nem de chorar... eu tive que agir em segundos, pois meus choro e meu grito poderia custar a vida do meu filho.
Nossa, como dói, é uma dor que consome, esvazia a alma, eu lembro de ter pedido a Deus, segundos antes do primeiro dextro, pra fazer o que quisesse comigo, mas poupar meu filho. Hoje eu vejo que em parte ele me ouviu, e eu posso cuidar do meu filho e ele pode ter uma vida absolutamente normal.
Rosangela, posso te garantir, que essa dor passa, precisamos vive-la, mas não podemos permitir que as lagrimas nos impeça de ver a vida após o diagnostico, de nos permitir buscar alternativas de tratamento e de mudarmos o que precisa ser mudado.
Eu ressalto aqui o fato de você ter perdido uma prima na decada de 80, o que existia de tratamento nesta epoca? Quase nada. Quantas pessoas sobreviviam ao diagnostico? Poucas.
Hoje existe um leque de alternativas de tratamento. Aqui ao lado, neste blog, tem a indicação de um livro "Memorias com Açucar", O Marcio ficou diabético quando EU tinha 2 meses de idade, enquanto eu crescia, ele também e controlando essa fera, e no livro, muito bem escrito, ele conta parte de sua historia. Na pagina do depoimentos, também neste blog, tem o depoimento de duas pessoas a quem tenho um enorme respeito e que viveram a decada de 80 com todas as dificuldades de tratamento, A Esther e o Ricardo, são a essas historias que eu me apego, e tento seguir o exemplo e mante-los como exemplo ao meu filho, se eles fizeram e deu certo, porque vou arriscar fazer diferente? E como o Ricardo Sampaio termina o seu depoimento :"Só existem dois tipos de diabéticos, os vivos e os mortos!" Eu quero que meu filho esteja entre os vivos, então o que devo fazer para que assim seja?
E é isto Rosangela, que tenho feito nos ultimos anos.
Eu aceitei que meu filho tem diabetes, eu não tento imagina-lo sem ela, por que isso vai me trazer sofrimento, e depois de um tempo não lembramos mais como era sem o diabetes. É preciso apagar a figura do filho "saudavel", é preciso aceitar que mudanças são necessarios e mudar o foco para o tratamento, traçar metas, levar a serio a hemoglobina glicada de 3 em 3 meses, buscar um medico e montar um relacionamento serio e duradouro com ele.
Hoje, no ano de 2012, diabetes não é uma doença debilitante, diabetes não mata, ha menos que não se faça o controle, pelo contrario, a tecnologia nos trouxe a possibilidade de mantes uma qualidade de vida superior a que tinhamos antes, logico que alguns habitos precisamos deixar para trás, então, despeça-se deles e abra os braços a uma nova rotina, não a olhe como um fardo, pois ela agora faz parte da sua vida e veio para ficar.
Pra todas as mães, o diagnostico é um duro golpe, sofremos porque nos apegamos ao que viviamos antes do diagnostico e as vezes esse apego nos impede de ver que existe vida, muita vida depois do diabetes.
Recomendo as leituras abaixo:
Depoimentos
O livro "A criança e o diabetes", de Mirian Burd
O livro "Memorias com açucar", de Marcio Alexandre Pereira
Espero que tudo fique bem, que esta fase passe logo para que você descubra como é possivel viver e ser feliz, apesar do diabetes.
Quanto a bomba de insulina, apenas o seu medico pode determinar quando você está pronta para começar a fazer uso desta terapia, mas mantenha contato e tire todas as suas duvidas, sempre que for possivel.
Você também pode gostar de ler:
O soco no estomago
Ser mãe de uma criança com diabetes
10 meses convivendo com o diabetes
1 ano convivendo com o diabetes
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Até a rede de blogs, redes sociais, e as mais diversas formar de interações atuais ajudam a nós diabeticos.
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