sexta-feira, 6 de abril de 2012

DIABETES, UM CATIVEIRO???

Ontem eu recebi um email, e o titulo desta postagem, era uma afirmação no campo assunto, foi um desabafo, uma mãe expondo um sentimento que eu conheço muito bem... nossa como eu conheço... Eu vivi...
Acredito, que todas a mães vivem este pós diagnostico, e esta é parte da historia da Rosangela, mãe de uma linda menina de 6 anos:
"Sou mãe de A., 6 anos. Assíria, 27 kg, linda, feliz, gozando da mais perfeita saúde... começa a perder peso, todos entendiam que estava crescendo, estirando...por isso estava magra. Ela:"- estou fazendo regime....pra ficar mais bonita"!!!Quanta inocência... Por volta dos dias 4 e 5 de dez./11, A. levanta sozinha a noite , vai ao banheiro e a geladeira. Percebi isso várias vezes dia 5. Logo, dia 6 fomos ao laboratório. Esse histórico eu já conhecia, pois, tive uma prima diagnosticada diabetes aos 13 e falecida aos 15, nos anos 80. (hiperglicemia). Naquele dia 6 de dez. um peso enorme sobrecarregava-me, abraçava a minha pequena e esperava que fosse diferente...dia 7, a tardinha aguardava na frente da minha casa o resultado, o laboratorio me enviaria. Quanta dor ao abrir aquele envelope. 293mg/dl. Ao lado escrito: "Acima de 126mg/dl: diabetes. Como eu gritei naquele momento...estava sozinha e clamava por Deus... continuarei posteriormente... peço gentilmente que a nossa história seja publicada se possível for.Responda-me para eu continuar, neste momento não contenho as minhas emoções..."

O que dizer a Rosangela?
Não sei exatamente, eu não tive tempo de gritar, nem de chorar... eu tive que agir em segundos, pois meus choro e meu grito poderia custar a vida do meu filho.
Nossa, como dói, é uma dor que consome, esvazia a alma, eu lembro de ter pedido a Deus, segundos antes do primeiro dextro, pra fazer o que quisesse comigo, mas poupar meu filho. Hoje eu vejo que em parte ele me ouviu, e eu posso cuidar do meu filho e ele pode ter uma vida absolutamente normal.
Rosangela, posso te garantir, que essa dor passa, precisamos vive-la, mas não podemos permitir que as lagrimas nos impeça de ver a vida após o diagnostico, de nos permitir buscar alternativas de tratamento e de mudarmos o que precisa ser mudado.
Eu ressalto aqui o fato de você ter perdido uma prima na decada de 80, o que existia de tratamento nesta epoca? Quase nada. Quantas pessoas sobreviviam ao diagnostico? Poucas.
Hoje existe um leque de alternativas de tratamento. Aqui ao lado, neste blog, tem a indicação de um livro "Memorias com Açucar", O Marcio ficou diabético quando EU tinha 2 meses de idade, enquanto eu crescia, ele também e controlando essa fera, e no livro, muito bem escrito, ele conta parte de sua historia. Na pagina do depoimentos, também neste blog, tem  o depoimento de duas pessoas a quem tenho um enorme respeito e que viveram a decada de 80 com todas as dificuldades de tratamento, A Esther e o Ricardo, são a essas historias que eu me apego, e tento seguir o exemplo e mante-los como exemplo ao meu filho, se eles fizeram e deu certo, porque vou arriscar fazer diferente? E como o Ricardo Sampaio termina o seu depoimento :"Só existem dois tipos de diabéticos, os vivos e os mortos!" Eu quero que meu filho esteja entre os vivos, então o que devo fazer para que assim seja?
E é isto Rosangela, que tenho feito nos ultimos anos.
Eu aceitei que meu filho tem diabetes, eu não tento imagina-lo sem ela, por que isso vai me trazer sofrimento, e depois de um tempo não lembramos mais como era sem o diabetes. É preciso apagar a figura do filho "saudavel", é preciso aceitar que mudanças são necessarios e mudar o foco para o tratamento, traçar metas, levar a serio a hemoglobina glicada de 3 em 3 meses, buscar um medico e montar um relacionamento serio e duradouro com ele.
Hoje, no ano de 2012, diabetes não é uma doença debilitante, diabetes não mata, ha menos que não se faça o controle, pelo contrario, a tecnologia nos trouxe a possibilidade de mantes uma qualidade de vida superior a que tinhamos antes, logico que alguns habitos precisamos deixar para trás, então, despeça-se deles e abra os braços a uma nova rotina, não a olhe como um fardo, pois ela agora faz parte da sua vida e veio para ficar.
Pra todas as mães, o diagnostico é um duro golpe, sofremos porque nos apegamos ao que viviamos antes do diagnostico e as vezes esse apego nos impede de ver que existe vida, muita vida depois do diabetes.

Recomendo as leituras abaixo:

Depoimentos


O livro "Memorias com açucar", de Marcio Alexandre Pereira

Espero que tudo fique bem, que esta fase passe logo para que você descubra como é possivel viver e ser feliz, apesar do diabetes.
Quanto a bomba de insulina, apenas o seu medico pode determinar quando você está pronta para começar a fazer uso desta terapia, mas mantenha contato e tire todas as suas duvidas, sempre que for possivel.

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Um comentário:

  1. Até a rede de blogs, redes sociais, e as mais diversas formar de interações atuais ajudam a nós diabeticos.

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