sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PROTEGENDO NOSSO FUTURO: Diabetes X Sexo (ATUALIZADO)

Outro dia o Igor me perguntou:
-Mãe, diabetico pode ter filhos?
De cara percebi que a pergunta não era essa, conversei com ele, ouviu alguém dizer, foi mais uma das tantas possiveis sequelas que passou a ter conhecimento, mas como é algo que quase não vemos ser abordado de maneira mais profunda fui atras da informação com quem vive essa realidade.
Perguntei a alguns homens com diabetes la do grupo de bate papo, todos com mais de 10anos de diabetes: -E aí, Diabetes interfere na sua vida sexual?
É engraçado como não falam do assunto, mas tem muito a falar.
A primeira resposta animou:
"Não vou responder porque não tenho muita paciência com várias perguntas.
Mas estou com 66 anos, diabético desde 1997 e não tenho nenhum problema de ereção.
A garotada pode ficar tranquila, DESDE QUE SE CUIDE."

Depois alguém escreveu:

"Vou responder aqui para não parecer que estou acanhado. Quando fiquei diabético cheguei a temer esse problema, mas ele não se manifestou. Proximo de completar meus 44 anos,confesso que ja não tenho mais o mesmo folego que tinha nos meus 18 porem, a intensidade tem ficado cada vez melhor "

A pergunta do meu filho estava respondida.

Mas eu queria saber mais e entrevistei um diabetico, com minhas duvidas:
1. Há quanto tempo você tem diabetes?
1º DM :Mais ou menos 8 anos.
2º DM: 56 anos e +- 25 / 30 anos de diabetes

2. Já ouviu falar que diabetes causa disfunção erétil? Como se sentiu assim que soube disso? Como se sente agora?
1º DM: Sim, na verdade quando eu descobri que era diabético eu estava com minha glicemia pós-prandial em 700 mg/dL, tinha todos os sintomas clássicos inclusive impotência, a qual foi confundida com depressão.
2º DM: Sim, e desde já posso dizer que senti-me alarmado, assim como com outras patologias provocadas pelas diabetes, tais como cegueira (glaucoma e retinopatia diabética) ou os problemas de doenças periféricas, como amputações e etc. Posso dizer que sempre assustou-me mais poder contrair uma retinopatia diabética ou mesmo uma amputação do que propiamente a disfunção erétil, pois como sabe, há pessoas que nem são diabéticas e necessitam de medicação (milagroso comprimidozinho azul) para contralar a “masculinidade” e poder ter um aproveitamento razoável numa relação.

3. Como foi a sua primeira transa? O diabetes interferiu? Os níveis Glicemicos alteraram? 
1º DM: Muito boa. Com certeza, minha glicemia baixou muito, uma vez para não perder a oportunidade negligenciei o fato de estar apresentando alguns sintomas e não relatei, passei muito mal.
2º DM: Já não me lembro de como foi a minha primeira transa, mas tenho a certeza que foi épica, as diabetes não interferiram em nada no acontecimento, pois tinha acabado de sair das transas “artezanais” com a “mão”  e passado ao estado adulto. Sei que psicológicamente foi arrebatador, pois estava com medo era de fazer as coisas erradas por falta de experiência e algum receio nos níveis glicémicos, pois sendo tinha lido, um acto perfeito que aquele que eu queria fazer corresponderia a +/- 5 Kms de corrida na areia, e não sabia se tal esforço não iria pesar  na situação, mas estava preparado com us pacotinhos de açucar para o que desse e viesse. A adrenalina superou todos os obstáculos.
Pra quem estava habituado a “mão esquerda”  até me portei bem.

4. Todo homem diz que não, mas seja sincero, você já brochou na hora H? por que aconteceu?
1º DM: Já por causa de uma hipoglicemia, mas logo corrigi e voltei quase que imediatamente a ação.
2º DM:
Essa de “BROCHAR” toca-me, como sabem, tudo depende de vários fatores, tais como, hora, lugar, parceira, estado fisico/psico, e claro a dita cuja glicemia, com ela alta, “no problemas” com o “vai e  vem” a coisa la se compõe, mas com ela baixa há sempre a hipótse de "claudicaros" na curva e não dar pra continuar. Mas se quer a verdade já “meti água” e fiz má figura algumas vezes. Mas tenho um saldo bastante positivo.
Motivos: : Psicológicos, motivados sempre pelo mesmo problema, O poder surgir uma hipo que nos coloque numa posição irreversível.

5. Dá pra caprichar nas preliminares? Ou aumenta o riso de hipoglicemia?
1º DM: Com certeza, adicionar alguns alimentos adocicados nas preliminares ajuda bastante, eu já fiz e recomendo, pois além de bastante excitante, ajuda muito. Como leite condensado, chocolate entre outras mais.
2º DM: Claro, há uns anos atraz é que não caprichava muito, ia logo ao assunto, mas com o passar dos anos  temos que caprichar um pouquinho mais pra ver se a coisas resulta. Isso é normal em qualquer pessoa com a minha idade. Não uso drogas, por isso não acredito em milagres. Seria um Apolo se atuasse da mesma maneira de quando tinha 20 anos e a diabetes não me incomodava.
Mas respondendo diretamente a pergunta, se caprichar muito” o açucar desce e coisa não funciona.

6. Você acha que o nível de glicemia interfere no desempenho sexual? Você tem alguns critérios para evitar esta interferência?
1º DM: Quando está muito alto sim, mas se você conseguir manter um nível adequado tudo fluirá melhor.
Eu sempre meço minha glicemia antes do ato sexual, e caso esteja abaixo de 150 mg/dL eu tomo um suco bem doce, um copo.
2º DM: Não interfere no ato, mas após o aquecimento e no final do “debate” tenho sempre uma fraqueza, e já medi a minha glicemia várias vezes e o problema vinha da queda do açucar no sangue. Claro eu depois de comer qualquer coisa e adocicar o organismo, ainda são precisos um bom par de horas para que voltasse ao mesmo, o que geralmente não acontece. Mais vale prevenir.

7. Você tem medo de ter uma hipoglicemia durante o ato sexual?
1º DM: Não é bom né, mas medo não, pois acontece, e temos que saber como lidar.
2º DM: Claro que sim, mas é como tudo, se estivermos a pensar nisso não conseguimos nem levantar a coisa.

8. Existe um mito de que todo homem com diabetes tem dificuldades de ereção, você já perdeu uma paquera por isso, por ela saber que é diabético e achar que você não ia dar conta do recado?
1º DM: Nunca, algumas pessoas inclusive acham que a insulina aumenta a libido. Existem inclusive alguns estudos sobre isso.
2º DM: Bem, nunca costumava dizer que era diabético, por isso nunca perdi nada por o ser, preferi sempre não dizer que poderia acontecer isso ou aquilo senão ficava a chupar o dedo. As pessoas sabiam que eu era diabético e em caso de alguma “desgraça” na brincadeira já saberiam que providências tomar. O amor superar todas as barreiras.

9. Ter diabetes faz você sentir medo de não ter ereção?
1º DM: Nunca.
2º DM: Sim, pensei que poderei vir a ter esses problemas, é normal, dizem que faz parte da patologia da doença, por isso quando acontecer, espero encarar a situação com normalidade

10. Em relação ao sexo e diabetes, qual o seu maior medo?
1º DM: Um dia não poder mais ter ereção. De resto mais nada.
2º DM: Não sei, talvez ter uma hipo forte, no durante, com a mulher do outro e entrar em coma.
Seria uma porra explicar isso a toda gente, se eventualemente viesse a acordar.

11. Você acha que o psicológico interfere mais no desempenho do que os níveis de glicemia?
1º DM: Com certeza, e vice-versa, quando estou estressado com alguma coisa minha glicemia flutua bastante, tendendo a ter hiper, porém se fico irritado momentaneamente ocorre muitas vezes hipo. E muitas vezes posso perceber que quando estou com a minha glicemia alta, meu humor foca para baixo. Tanto que quando estou meio cabisbaixo eu já meço minha glicemia e quase sempre está alta, ou seja se tinha algo me afligindo eu já coloco logo na cabeça que é da glicose e é só esperar.
2º DM: Sim, sem sombras de dúvidas, mas também depende de “pecador” para “pecador”.


12. O que você diria aos jovens que  ainda não iniciaram a vida sexual por ter medo desse mito de que diabéticos são brochas seja verdade? O que você diria para os pais de adolescentes diabéticos que tem medo dos seus filhos terem problemas de ereção?
1º DM: Não tenham medo, controlem sua glicose pois muitas vezes nosso desempenho sexual até melhora, pois quanto mais cuidamos de nós, melhor nosso corpo e mente ficam, e até o apetite sexual melhora.
Quanto aos pais, vale a mesma resposta.
2º DM: Dar-lhe-ia toda a força e toda a moral, e que se lembrassem que são homens normais e que a diabetes não nos limita, mas sempre, sempre com o cuidado necessário.

13. Dê sua opinião pessoal sobre o que falam de Diabetes e disfunção erétil:
1º DM: Tudo é uma questão de como lidamos com o nosso corpo, nesse caso com a taxa de nossa glicemia.
2º DM: Oque posso dizer é que em meu pais (Este diabetico é brasileiro mais mora fora), a diebetes é vista de uma maneira completamente diferente do Brasil. Não há tabus, mas não é compreendida na sua totalidade, quanto a disfunção erétil, é mesmo um tabú, e ninguém fala nem sigo com vergonha ou preconceitos.


Por tudo que li, e conversei com o meninos, ter a glicemia sob controle é determinante para um bom desempenho sexual e que a disfunção eretil propriamente dita é quando ja apresenta alguma NEUROPATIA, que na maioria das vezes esta ligada a um descontrole constante.
Dizem que para brochar, basta ser homem, então acredito de verdade que tenha muito homem diabetico com problemas sexuais de origem psicologica, ou algo transitorio, que acha ser por conta do diabetes.

Existem alguns exames que apontam a presença de NEUROPATIA, desconfiando o medico pode exigi-los, mas acho que independente de de sentir algo, eu penso que esse exame deveria ser feito a cada 5 anos em todos os Diabeticos com mais de 10 anos de diagnostico, pois existem as pessoas assintomaticas, que quando descobrem a Neuropatia, ja esta bem avançada.
São os exames:

¹Exames clínicos (como avaliação dos pés, testes de sensibilidade), com monofilamento dos reflexos tendinosos, podem identificar a presença de neuropatia em muitas pessoas. Mas também é possível avaliar a função dos nervos através da chamada eletroneuromiografia. Esse exame é composto de duas etapas: o estudo de condução nervosa (ou eletroneurografia) e a eletromiografia.
Na parte inicial do exame são aplicados pequeninos choques nos nervos, produzindo respostas que são registradas. Na parte final, utiliza-se uma agulha fina, para registrar a atividade elétrica dos músculos.

Encontrei um video em espanhol, com legenda, que demonstra o exame de ELETRONEUROMIOGRAFIA:


Acho que agora, terei que me aprofundar em Neuropatia Diabetica, lembrando que esses exames citados acima, são para todos os diabeticos, não apenas os homens.


Depois de muito ler, ouvir, a conclusão é simples e a mesma de sempre, o CONTROLE DA GLICEMIA, ATIVIDADE FISICA e ALIMENTAÇÃO BALANCEADA, é fundamental para que o diabetico tenha uma vida plena e sem sequelas.

E meu filho esta feliz da vida, por que agora sabe que DIABETICO PODE "BRINCAR" DE FAZER FILHO SIM SENHOR!!!

Voce também pode gostar de ler:
Por Carol Freitas:
Diabetes X Sexualidade Feminina

Por Silvia Onofre
[Protegendo nosso futuro] Sexualidade é expressão humana

¹SBD  http://www.diabetes.org.br/exames/533

4 comentários:

  1. Olá Sarah, meu nome é Vívian e estou sempre acompanhando seu blog, assim como o de outras mamães pâncreas do bate-papo Diabetes do face. Achei demais a entrevista e todos os dados que você expôs. Adoraria ler uma entrevista sobre o mesmo assunto (diabetes X vida sexual) com mulheres; eu, com 11 anos de diabetes, já tive hipos e hipers durante a relação sexual, o que atrapalhou meu desempenho. Sucesso pra vocês, e um beijo no Igor!

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  2. Eu fui avisado nas primeiras visitas médicas:

    - Se não cuidar! Se complica. Diabete é uma doença silenciosa. Ataca vários sistemas.

    E me disse direto e reto:

    - Nos homens, é muito comum, cegueira e impotência. Então! Está avisado.

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  3. Eu também Vivan já tive hipos e hipers! Vou abordar esse assunto em meu blog, pois tenho algumas historinhas para contar!

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  4. Que bom, Carol! Tô sempre indo no seu blog ler as novidades, e adoraria ler suas historinhas a respeito disso. Afinal, só nós sabemos o que a gente passa né? Rs! VÍVIAN

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