segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Porque é importante participar de eventos e palestras sobre DIABETES?

Estou muito feliz com o evento que aconteceu sábado no Rio de Janeiro, a palestra e lançamento do livro do Mark Barone, Diabetes: conheça mais e viva melhor.

Só fiquei desapontada com as famílias do Rio, quase não temos eventos ou palestras, e o público não foi o que esperávamos, mesmo assim, o evento foi muito bom, e pra mim muito positivo.

Eu não havia comentado antes, mas o controle da glicemia por aqui não anda la essas coisas, pelo que tenho ouvido de outras pessoas com mais experiencia é natural da idade ter certa resistência, displicência com a rotina, mas é desesperador ter como resultado de hemoglobina glicada 9,2%.
O que nos levou a essa glicada? comer fora de hora, comer e esquecer de tomar insulina, comer sem medir e corrigir a glicose usando a insulina somente para os carboidratos, falta de atividade física, são tantos os fatores que precisar rever e impor na rotina de um pré adolescente, que as vezes acho que não darei conta.
Meus filhos fazem uma piada comigo, dizem que eu sou a única mãe que ameaça com médico e psicologo, ahhhh.... na hora do desespero apelo mesmo...
Na véspera do evento, o Igor teve uma febre de quase 40º, passei o dia controlando e a noite já entramos com o antibiótico, garganta inflamada, no sábado pela manhã ainda não estava bem, mas foi melhorando então ir ao evento não era mais escolha dele, eu sabia que ele precisava ir.

Chegou meio resistente, mas aos poucos foi se soltando, até que entrou no clima, assistir a palestra foi fundamental pra ele, relembrar a necessidade de controle e ver outras pessoas que usam bomba de insulina, que convivem mais tempo com o controle da glicemia, ele se sentiu seguro entre pessoas que são exatamente iguais a ele num aspecto que as pessoas do dia a dia dele não são.
A convivência com pessoas que não tem horário para comer, crianças que não praticam atividades, não tem alimentação saudável muito menos a rotina de medir, manusear uma bomba de insulina, aos poucos vai fazendo com que ele queira ser igual, que ele esqueça o diabetes e sua rotina. Não que isso impeça ele de ter uma convívio saudável com as demais pessoas, mas ele tem um porém que essas pessoas não tem.
O mesmo acontece comigo, conversar pela internet com outras mães, outras pessoas com diabetes é importante, mas não é completo, eu preciso ver essas pessoas as vezes, e sempre volto muito mais fortalecida, me sinto mais capaz de enfrentar o controle da glicemia.

Como disse para algumas mães, nós estragamos nossos filhos.

O Igor voltou do evento bem mais cuidadoso, pediu para eu ajuda-lo a ser mais independente fazendo a coisa certa, embora seja mais difícil, tome mais tempo, é a coisa certa a se fazer.

Eu fico pensando o quanto deve ser difícil para uma criança não ter contato real com pessoas que convivem com a mesma rotina que ela, e a adolescência já é uma fase onde eles se sentem os únicos em tudo, se sentem rejeitados, feios, tem as crises existenciais, imagina tudo isso adicionado ao fato de precisar "se furar" varias vezes ao dia, tomar injeções na frente de amigos, ter que carregar sempre glicosímetro, insulina e saches de glicose?

É importante que eles convivam com pessoas iguais, troquem experiencia, para quem não quiser falar, ouve, mas sabe que tem alguém que sabe exatamente como ela se sente.

Eu tenho sempre em mente, que "palavras ensinam, mas os exemplos arrastam".

Mamães e papais, estimulem seus filhos a participarem de eventos sobre diabetes, os fatores positivos não são apenas para a criança ou adolescente, são para toda a família, é como dividir os sentimentos ruins e multiplicar os bons.

Novembro está aí com eventos no Brasil inteiro, veja o que tem na sua cidade e por simples que seja, participe, conheça outras pessoas com diabetes além da internet, nada nunca vai substituir a troca de afeto do olho no olho, pense nisso.

http://www.diamundialdodiabetes.org.br/2014/11/03/atividades-todos-os-anos/

"A educação entre pares ou educação de pares, como o próprio nome já diz, é a troca de saberes entre semelhantes, ou seja, entre pessoas ou grupos que têm o mesmo perfil e compartilham as mesmas vivências", UNICEF.


Algumas fotos do evento:

Mark Barone palestrando.


Eu, a Paulinha e Carol

Igor e o amigo mais próximo com diabetes, sempre se encontram em eventos

Sessão de autógrafos

Igor e o Mark

Nós

Ainda tivemos um delicioso e saudável lanche.


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