quinta-feira, 16 de julho de 2015

Hoje é dia dele: Kener Assis.


Pouco tempo depois que o Igor foi diagnosticado conheci o Kener Assis através das redes sociais, e também outros portadores de diabetes, mas ele me chamou a aatenção em especial pela pratica de atividades físicas de alto rendimento, quando ouvimos falar, conhecemos de longe, imaginamos logo: "Nossa, ele deve ter uma mega estrutura para conseguir ser atleta."
Tive a oportunidade de conhecer o Kener pessoalmente e compartilhar bons momentos de troca de informações, conselhos, palavras de conforto e principalmente de estimulo.
Não, o Kener não tem uma mega estrutura por traz das medalhas, ele tem garra e superação e isso so o torna mais admiravel como pessoa, como atleta e como portador de diabetes. Com certeza ele deve ter seus dias ruins, todos nós, com ou sem diabetes os temos, mas ele não desiste.

Hoje é aniversario dele, e essa é a minha forma de homenagea-lo, dividindo com vocês um pouco da historia dele:

"Há 15 anos, num exame periódico no trabalho, o triatleta Kener Assis descobriu que sofria de diabetes. Na época, embora um pouco afastado dos treinos, pedalava, corria e vivia uma fase intensa no trabalho, com problemas pessoais e estava às voltas com a conclusão de um curso superior. Combinação perfeita para alto índice de estresse.
- Saía muito cedo de casa e retornava por volta de meia noite, pois tinha que conciliar atividade profissional com a universidade. Tinha todos os sintomas e não me dei conta. Visão turva, fome e sede absurdas, perda de peso, urinava muitas vezes à noite, cansaço físico. Em pouco tempo saí de uma condição favorável de saúde para o diagnóstico de diabetes - disse o atleta, de 48 anos.
No início, ele chegou a se entregar às dificuldades que o diabetes impõe, negligenciando o tratamento e abusando da alimentação. 
- Desde garoto sempre gostei de atividades esportivas. No período do diagnóstico estava afastado do ciclismo e das corridas. Só conseguia fazer alguma coisa nos finais de semana: o básico. Refletindo, depois, percebi como aos poucos fui saindo do rumo seguro para uma direção que acionou o “gatilho” e trouxe o diagnóstico - disse Kener.
Entre as façanhas do triatleta estão cinco provas de ironman, algumas maratonas, ultramaratonas e dois desafios São Paulo-Rio, quando pedalou entre as duas cidades praticamente sem parar. O esporte o ajuda a conviver com o diabetes.
- Uma base bem estruturada te leva ao infinito e é composta de: orientação médica (endocrinologista), que fará a análise dos resultados dos exames e orientará sobre as medições glicêmicas e aplicações de insulinas; orientação sobre atividade física e esportiva (educador físico), que sabendo de sua condição prescreverá as atividades e o acompanhará durante a execução e orientação nutricional (nutricionista), que irá compor uma dieta alimentar e suplementar de acordo com sua condição e objetivos - destacou."
Fonte: Eu Atleta, Minha historia.


"Você já praticava esportes quando descobriu que tinha diabetes?
Desde garoto sempre gostei de atividades esportivas. No período do diagnóstico estava afastado do ciclismo e das corridas. Só conseguia fazer alguma coisa nos finais de semana: o básico. Refletindo, depois, percebi como aos poucos fui saindo do rumo seguro para uma direção que acionou o “gatilho” e trouxe o diagnóstico.

 O que mudou desde então? 
No meu caso diria que a mudança veio em fases. A primeira com o diagnóstico, onde um turbilhão de coisas me passou pela cabeça. Foram muitas informações em pouco tempo e a total falta de conhecimento do tema. Depois veio a negação, em que relutei em admitir e negligenciei o tratamento e a alimentação. Cheguei ao ponto de várias vezes abusar da alimentação e logo depois provocar vômito para ‘aliviar a culpa’ (risos). Como consequência foram diversas idas às emergências, pois são fases com tempo incerto, duram meses ou até anos! A grande virada foi uma passagem pela emergência hospitalar por conta de uma hiperglicemia. Após um ‘papo cabeça’ com um casal de médicos veio a aceitação. A partir disso entendi que a mudança era só minha e dependia única e exclusivamente de mim. Essa mudança é como uma porta onde só há fechadura por dentro. Somente quem está do lado de dentro (eu), pode abrir a porta da mudança. Assim o fiz. Passei a me questionar: como fazer para retomar o esporte sem ter problemas? Como conciliar tratamento e atividades esportivas?  Busquei me informar e em 2004 descobri um time maravilhoso, o Diabetes & Desportes (diabetesedesportes.com.br). Idealizado por dois amigos com diabetes, Marcelo Bellon (Curitiba) e Alexei Caio (São Paulo), temos como objetivo a troca de experiências sobre atividade física e o diabetes, tema escasso à época. Com isso veio a superação. Diria que a troca de idéias funcionou como ‘grupo de ajuda’ e a partir disso a mudança foi radical. Para melhor, claro!

De que forma o esporte o ajuda a conviver com o diabetes?
O bom controle do diabetes está condicionado ao que chamo de ‘tripé’. Uma base que uma vez bem estruturada te leva ao infinito e é composta de: orientação médica (endocrinologista), que fará a análise dos resultados dos exames e orientará sobre as medições glicêmicas e aplicações de insulinas; orientação sobre atividade física e esportiva (educador físico), que sabendo de sua condição prescreverá as atividades e o acompanhará durante a execução; orientação nutricional (nutricionista), que irá compor uma dieta alimentar e suplementar de acordo com sua condição e objetivos. Um detalhe: o apoio familiar é fundamental!
Portanto, o esporte é uma das ferramentas para um bom controle do diabetes além de nos dar a condição de conhecermos melhor o funcionamento de nosso corpo em diversas situações, o que é um diferencial e se torna vantajoso."


Parabéns Kener, por mais um ano de vida!

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